MANAUS – A conselheira do TCE-AM (Tribunal de Contas do Estado do Amazonas), Yara Lins, denunciou na manhã desta sexta-feira, 6, à Polícia Civil do Amazonas, que foi chamada de “puta”, “safada” e “vadia” pelo colega conselheiro, Ari Moutinho Júnior, instantes antes de iniciar a eleição para presidência da Corte de Contas, realizada na terça-feira, 3.
“Nesse momento, quem está aqui não é a conselheira Yara Lins, está aqui uma mulher. Uma mulher que foi covardemente agredida dentro do plenário do Tribunal de Contas antes de ser realizada a eleição. Foi feito para me desestabilizar, eu quando estava no plenário, eu, o conselheiro (Luis) Fabian, conselheiro Ari (Moutinho) e vários assessores, eu fui cumprimentar o conselheiro Ari e disse: ‘Bom dia’ e ele disse: ‘Bom dia nada, safada, puta, vadia’. E me ameaçou, dizendo: ‘Eu vou te foder, porque a Lindôra (Araújo), lá na procuradoria-geral do Ministério Público (PGR). (…) você vai ver junto ao STJ’”, descreveu Yara à imprensa.
A conselheira estava acompanhada de dois colegas do TCE-AM, Fabian e Josué Neto. Yara foi eleita presidente do TCE-AM, no último dia 3, com os votos de 5 dos 7 conselheiros.
A eleição foi precedida de uma mudança no regimento do TCE-AM, liderada por Yara, que entre outras medidas estabeleceu que o coordenador da Escolas de Contas precisa ser eleito pela plenário. Até então, o cargo era ocupado de forma automática pelo conselheiro que deixa a presidência. Neste caso, o atual presidente, Érico Desterro, acabou sendo derrotado no pleito.
“Eu acredito na justiça de Deus, acredito na imprensa do meu estado e acredito nas autoridades do meu estado e do Brasil. Eu peço justiça, justiça porque eu sou a única conselheira mulher e represento as servidoras da minha instituição. Eu relutei muito em vir aqui fazer essa denúncia, mas eu não poderia me acovardar, como muitas, por ameaças e, eu não aceito ameaças. Quero que a Justiça puna o agressor para que acabe com a violência contra as mulheres”, disse Lins.
A conselheira da Corte de Contas destacou que foi agredida dentro de sua função e no plenário do TCE-AM.
“Fui agredida dentro da minha função, dentro do plenário do Tribunal de Contas e o vídeo mostra que depois que fui agredida eu fiquei paralisada, passei a mão no rosto dele e disse: “Você é um infeliz, por isso que sofre tanto”. E ele sarcasticamente tentou pegar no meu rosto e jogar um beijo para mim. Eu só temo a Deus, não temo a homem”, disse a conselheira.
A denúncia foi apresentada pela conselheira na sede da Delegacia-Geral na manhã desta sexta.
A reportagem ligou para o conselheiro Ari Moutinho, por meio do telefone 984xxxx86, mas não foi atendida. O site também enviou mensagens por meio do WhatsApp para o mesmo telefone, mas não obteve resposta. Caso ocorra, a matéria será atualizada.
A matéria foi atualizada às 10h53. As palavras “velha” e “vagabunda” foram substituídas por “vadia” e “safada”.
Abaixo, veja a entrevista dada pela conselheira Yara Lins: