MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou na tarde desta segunda-feira, 9, desconhecer que qualquer área da invasão Monte Horebe, localizada na Zona Norte, seja de propriedade de empresas de famílias de políticos. Segundo ele, a região pertence legalmente ao Estado e à União.
“Aquela área é uma área pública, parte dela pertence ao Estado e (outra parte) pertence à União. Não há sequer nenhuma comprovação de qualquer pedaço daquela área pertença a particular. Se alguém alega ser dono ou proprietário de alguma parte daquela terra, que traga a documentação”, disse Wilson.
A declaração foi dada durante a apresentação do balanço das ações realizadas no Monte Horebe, ocupação irregular, na zona norte de Manaus, que passa por processo de reintegração. A coletiva ocorreu na sede do governo, localizada na avenida Brasil, bairro Compensa, zona Oeste de Manaus.
“E detalhe: quem provar que é dono daquela área e tiver a comprovação que é proprietário, vai ter que responder pelo abandono daquela área. Então nós estamos no aguardo para saber quem vai alegar ser dono ou requerer qualquer coisa nesse sentido. Mas não há qualquer comprovação até o momento”, falou o governador.
Duas construtoras de propriedade de famílias de políticos de grande expressão na região Norte reivindicam a posse de terrenos que somam 107,4 hectares de extensão da área ocupada irregularmente na Zona Norte de Manaus batizada de “Monte Horebe”.
O direito delas sobre as áreas invadidas foi reconhecido pela Justiça estadual, em decisões distintas de 2016 e de 2019, que determinou a reintegração, ao acatar pedidos das empresas. O ESTADO POLÍTICO teve acesso à íntegra dos dois processos.
A Construtora Capital, cujo o sócio majoritário é Pauderley Avelino, irmão do ex-deputado federal Pauderney Avelino, é dona de um trecho de 16 hectares. Já o terreno da Construtora Amazônidas, de Eládio Messias Cameli, pai do governador do Acre, Gladson Cameli, possui 91,4 hectares.
Foto: Secom