MANAUS – No terceiro ano de mandato, Wilson Lima (PSC) avalia que após um início de gestão difícil agora está conseguindo dar fluidez aos trabalhos do governo. Em breve balanço nesta segunda-feira (13), Wilson disse que não enfrentou uma oposição, mas “sabotadores” e que nenhum outro governador teve tantas adversidades quanto ele durante a pandemia.
Eleito em 2018, como ele mesmo diz, “contrariando a lógica política” vigente até então, Wilson Lima não teve vida fácil nos dois primeiros anos do governo.
Em 2019, abriu mão do protagonismo em favor do vice Carlos Almeida (PSDB).
Em 2020, com o governo fragilizado por denúncias de corrupção no setor da Saúde, enfrentou um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) e sua gestão da Saúde na primeira onda da pandemia esteve sob a lupa de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Com popularidade baixa, não declarou apoio a candidatos a prefeito de Manaus e virou principal alvo de críticas de parte dos participantes do pleito.
Para completar, “perdeu” a eleição da Mesa Diretora do Parlamento. Sua indicada, Alessandra Campêlo (atualmente licenciada e a frente da Sejusc), não teve chances e a base aliada foi desmontada, deixando-o novamente exposto.
Em 2021, Wilson deu sinais de amadurecimento na articulação política e conseguiu recompor a base no Legislativo. A aprovação da nova Lei do Gás foi considerada um marco nesse sentido.
Propostas de novas CPIs (Asfixia e Educação) também não avançaram mais.
Recentemente, promoveu trocas nas lideranças do governo na Casa.
E agora anuncia o pagamento permanente de um programa de transferência de renda criado na pandemia para 300 mil famílias pobres e extremamente pobres.
Em entrevista à BandNews Difusora, em julho, Wilson Lima disse que aprendeu política na prática.
Ao podcast Sim&Não, do Jornal A Crítica, no fim do mês passado, declarou que agora tem uma base consolidada e um grupo político aliado, o que não tinha até então.
No evento desta segunda-feira, o governador disse que apesar das tentativas de “sabotagem” o governo está dando certo e fazendo entregas históricas.
“Nós contrariamos a lógica política em 2018. E o que eu tive no início do governo não foi oposição política. O que nós tivemos no início do governo e por um bom tempo foi gente querendo sabotar o governo, tentando fazer com que as coisas não dessem certo e elas estão dando! Nós estamos fazendo entregas históricas. Nós estamos fazendo entregas que eles poderiam ter feito e não fizeram”, disse.
Um aceno do neo-alinhamento do parlamento com o governo foi dado pelo próprio presidente da ALE-AM, deputado Roberto Cidade (PV), pouco antes de Wilson falar. “Governador, conte com esse cabôco aqui para o que der e vier para o que for bem para o Estado do Amazonas”, disse.
Wilson, Cidade e João Luiz. Foto: Evandro Seixas/ALE-AM
Confira a transcrição da declaração na íntegra:
Apesar de todas as dificuldades, dada a maior crise sanitária de todos os tempo, apesar da maior enchente de todos os tempos, nós estamos e vamos fazer entregas históricas, coisas que nunca haviam acontecido no Estado do Amazonas.
Tive muitas dificuldades. Nenhum governador passou pelo que eu estou passando, nenhum governador teve tantas dificuldades como eu tenho e como essa equipe de secretários estão tendo.
Mas, todos nós nos sentimos muito honrados porque ninguém tá aqui a toa. E aquele lá de cima tem um plano para cada um de nós. Quis ele que eu fosse o governador do Estado do Amazonas no momento mais difícil, o que me exigiu equilíbrio, paciência, mas também muita coragem para enfrentar as adversidades e salvar a maior quantidade possível de pessoas no Estado do Amazonas.
Nós contrariamos a lógica política em 2018. E o que eu tive no início do governo não foi oposição política. O que nós tivemos no início do governo e por um bom tempo foi gente querendo sabotar o governo, tentando fazer com que as coisas não dessem certo e elas estão dando!
Nós estamos fazendo entregas históricas. Nós estamos fazendo entregas que eles poderiam ter feito e não fizeram.
A AM-010, passaram quatro governadores quando eu entrei, em 2019, só tinha 30 quilômetros duplicados e nós vamos entregar no final desse ano, só faltam 10 quilômetros. Por que não fizeram isso antes? Por que não lançaram um programa como nosso de distribuição de renda?
Eles nunca tiveram dificuldades que nós tivemos. Sabe por quê? Todos os governadores que nós tivemos no Amazonas sempre foram muito ricos ou muito poderosos. Eles não sabem o que é a dificuldade do dia dia, não sabe o que é faltar um prato de comida para colocar na mesa da família. Isso dói muito. E a minha missão como governador é trabalhar para aquelas pessoas que mais precisam.