MANAUS – O Governo do Amazonas vai ampliar o número de escolas da rede estadual com a atuação de policiais militares na parte “disciplinar”. Ao anunciar a implantação do “Escola Segura, Aluno Cidadão” na Escola Estadual Ernesto Pinho Filho, no Monte das Oliveiras, Zona Norte de Manaus, neste sábado (7), o governador Wilson Lima (PSC) assinou um decreto que transforma o projeto em programa de governo, prevendo a sua ampliação na rede.
Até agora, o modelo já foi implantado em 15 escolas da capital e uma do interior. O projeto é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) e a Secretaria de Educação e Desporto (Seduc). Segundo o governo, ele tem foco na redução da violência no ambiente escolar, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.
“A gente traz a polícia para dentro da escola, mas não é polícia para fazer segurança ostensiva, é polícia para ir para dentro da sala de aula conversar com os alunos. Naturalmente para que a gente chegue nesse ponto do projeto, nós fazemos um trabalho de consulta junto aos pais e professores para saber do interesse que eles têm de instalar o projeto”, explicou o governador, ao assinar o decreto, durante o último dia da terceira edição do “Muda Manaus”.
“A polícia vem para cá e ela fica responsável pela parte da disciplina. Então, a partir de hoje, a disciplina dessa escola será uma disciplina militar. A parte pedagógica continua sendo de responsabilidade da Secretaria de Educação”, completou Wilson.
De acordo com o governador, o projeto vem apresentando bons resultados nas unidades em que já foi implantado. “Onde nós instalamos esse projeto, o nível de violência, o índice de violência e de criminalidade diminuiu consideravelmente, sobretudo, nas questões relacionadas ao tráfico de drogas”, disse.
Conforme o major Henriques, um dos representantes da Polícia Militar na coordenação do projeto, a iniciativa segue um modelo de gestão cívica, baseado nos pilares de “disciplina, hierarquia, meritocracia, ordem e respeito, visando a mudança de comportamento da comunidade escolar”.
“O papel da Polícia Militar é levar para as escolas da rede pública o treinamento de ordem unida, uma apresentação individual, apresentação da turma para cada professor, trazer para dentro da comunidade escolar o sentimento de que a autoridade máxima dentro da sala de aula é o professor, dentro da escola é o gestor e dentro da casa desse aluno é o pai e a mãe”, explicou.
Henriques disse que o projeto é desenvolvido em parceria com a gestão da escola e com os pais dos alunos. “Nós trabalhamos durante um bimestre diariamente na escola. Nós fazemos um treinamento intensivo com cada um dos alunos, com os professores, com os pais, participando da reunião de pais e mestres, acompanhando a entrada e saída dos alunos, fazendo visita, fazendo palestras, realmente procurando somar com a educação”, acrescentou.
Na avaliação da coordenadora do projeto dentro da Seduc, professora Rute Lima, as unidades que implementaram o “Escola Segura, Aluno Cidadão” têm dado retorno positivo para a comunidade. “Nós podemos observar hoje que os alunos são mais disciplinados, valores como respeito, ética e moral estão sendo trabalhados dentro da escola e isso, associando esses valores a toda vivência que nós temos dentro da escola nós temos resultados satisfatórios”, avaliou.
A gestora Marta Carvalho disse que ficou satisfeita com a chegada do projeto à Escola Estadual Ernesto Pinho Filho, que atende cerca de 1.900 alunos, nos três turnos. “Volta aquela antiga história da disciplina na escola, do respeito às pessoas. A Polícia Militar entra com a disciplina e a escola entra com o pedagógico. A questão da disciplina é um respeito, é o resgate do respeito dentro do ambiente escolar”, disse.
Ouvida pela equipe de comunicação do governo, a estudante Anny Beatriz, 16, é aluna da Escola Estadual Sebastião Norões, na Cidade Nova, onde o projeto já foi implantado. Durante a solenidade no “Muda Manaus”, ela fez um relato de como a realidade da comunidade escolar mudou depois do projeto.
“Dentro da escola tinham muitos alunos que eram faltosos, não respeitavam tanto os professores quanto os colegas de classe e os funcionários, e assim foi mudando, eles foram sendo mais respeitosos, tiveram mais comprometimento com a escola em si”, declarou.
Foto: Secom