MANAUS – O vice-líder do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), Gilvandro Mota (PTC), chamou o vereador de oposição, Chico Preto (sem partido), nesta terça-feira (8), de canalha, moleque e covarde.
Na tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Gilvandro externou sua revolta da forma como Chico Preto por conta de como o vereador de oposição explorou a derrubada de um requerimento de informações à prefeitura, na segunda-feira (7).
Chico Preto cobrava explicações da prefeitura sobre o envolvimento de um servidor da Casa Militar e de um carro oficial no episódio em que resultou na morte do engenheiro Flávio Rodrigues, na noite do dia 29 de setembro.
O servidor, um policial militar identificado como Elizeu da Paz, está preso. Ele é suspeito de autoria ou participação da morte do engenheiro. Outras cinco pessoas também estão presas. Entre elas o enteado de Arthur Neto, Alejandro Valeiko.
Para a base de Arthur, não é do interesse e nem da competência da CMM cobrar informações sobre o envolvimento de um carro e servidor do município na investigação de um homicídio.
As redes sociais reagiram negativamente à posição da base. Um dos mais malhados na Internet foi Gilvandro.
Chico Preto não estava no plenário durante a fala do vice-líder.
Abaixo, trecho do discurso do vice-líder de Arthur:
“[…] Que a responsabilidade por crime do prefeito, político administrativo do prefeito não depende do pronunciamento das câmaras, podendo ocorrer o julgamento direto pelo Poder Judiciário. Está na lei. A lei é o sustentáculo da democracia, queiram ou não. A democracia tem como pressupostos as normas que em tese adviriam da vontade popular. E, portanto, nós não podemos nos acovardar diante disso. E nós juramos que iríamos defender a democracia, tão quanto a Constituição Federal, Estadual, a Lei Orgânica e o Regimento desta Casa. Isso está esculpido no nosso regimento e eu nunca fui covarde na minha vida e nunca fugi de um embate. O que se discute é a busca da verdade para se concluir quem de fato foi o responsável pela morte do engenheiro Flávio, que todos nós queremos isso como democratas. Um princípio fundamental na democracia é você respeitar as instituições públicas, os órgãos públicos, queiramos ou não. E a polícia responsável pela investigação, pela persecução criminal, conforme artigo 144, parágrafo 4º da Constituição Republicana, é a Polícia Civil. É ela quem deve apurar esse episódio e trazer à baila, mostrar para a sociedade quem de fato matou Flávio. A nós não cabe aqui macular esse parlamento, a exemplo de canalhas. Canalha a atitude do vereador covarde que aqui não está para debater, discutir, responder pela sua falta, pela sua falha. Porque jogou esse parlamento, que é oriundo da força popular, contra a mesma população que o elegeu, confundindo opiniões, idéias, maculando a forma de entender, de compreender de uma sociedade fragilizada, que não agüenta mais tanto desmando. E não estamos falando de desmando. O meu voto foi pautado na democracia, foi pautado na norma. E se não for, me tirem daqui, porque não tenho condições de representar ninguém. Mas nós não podemos achincalhar o parlamento. Quem age dessa forma é um moleque, que não deve estar aqui, e que não merece o respeito de nenhum de nós. Porque fazer isso com a gente? Eu não sou canalha. Não estou aqui para me locupletar. Não tenho nem um vínculo de relação institucional com a prefeitura e com o prefeito, que trabalha em prol dessa cidade, e a imprensa deveria saber disso [..]”.
Em nota, Chico Preto disse que deixará Gilvandro “afundar na vergonha de suas palavras”. Abaixo, a nota:
“O povo vai saber entender que as palavras do vereador Gilvandro sobre mim é a reação de um sistema obscuro que não quer a verdade neste episódio. Em nenhum momento acusei quem quer que seja, apenas busquei informações acerca do uso de um carro oficial no caso. Vou deixa-lo afundar na vergonha de suas atitudes e palavras”