MANAUS – Os vereadores do União Brasil (UB) assinaram na tarde desta quarta-feira, 20, o requerimento que solicita a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
A legenda é comandada, no Amazonas, pelo governador Wilson Lima. O UB possui três vereadores na Casa Legislativa: Diego Afonso, Everton Assis e Professora Jacqueline.
O pedido de CPI já possui a assinatura de oito parlamentares e precisa de 14 assinaturas para ser instalada.
O Requerimento propondo a abertura da Comissão foi apresentado pelos vereadores de oposição William Alemão (Cidadania), Capitão Carpê (Republicanos) e Rodrigo Guedes (Podemos).
O objetivo da CPI, conforme o Requerimento, é apurar denúncia sobre um vídeo publicado pelo site Metrópoles no dia 14 de março.
No vídeo, um homem aparece em um banheiro do prédio da Prefeitura de Manaus, abrindo um envelope com dinheiro, e insinuando que recebeu o pacote na secretaria de Comunicação, que fica no mesmo endereço.
Além dos vereadores do UB e dos autores do pedido de CPI, também já assinaram o Requerimento: Thaysa Lippy (PP) e Lissandro Breval (Avante). Este último é filiado ao partido do prefeito David Almeida, mas nos últimos meses passou a fazer oposição à gestão municipal.
Secretário diz que vídeo publicado pelo Metrópoles é tentativa de desgastar gestão
O secretário municipal de Comunicação, Israel Conte, declarou na quarta-feira (20), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), que o vídeo veiculado em um site nacional (Metrópoles), que indica um suposto pagamento a um motorista de um veículo local, na sede da secretaria, representa “nova tentativa de desgastar a gestão municipal”.
Na fala aos vereadores, da tribuna da CMM, Israel afirmou que, tratando-se de uma fraude, seria óbvio que o motorista pode ter sido financiado para atingir a gestão municipal em ano eleitoral.
“[O motorista], obviamente, recebeu dinheiro ou pode ter recebido dinheiro para armar a confusão. De quem recebeu é a pergunta que não quer calar”, disse Israel.
“O fato é que vivemos em uma época em que todo tipo de manipulação e distorção se tornou um instrumento de chantagem, de demolição de reputações, de baixaria explícita. Não por acaso, o uso das fake News, das deepfake, nessas eleições, é um dos temas que mais tem preocupado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outros órgãos da nossa justiça”, completou Israel.
Para o secretário, o vídeo sempre lhe pareceu ser manipulado. E que uma empresa especializada em perícia, contratada pela Prefeitura de Manaus, confirmou a suspeita em laudo. Israel exibiu trechos do documento aos parlamentares.
Em um dos trechos do documento, o perito que assina a perícia afirma que “o vídeo está longe de constituir um plano-sequência, descaracterizando-o como evidência de imagem e som de qualquer tipo, não havendo nenhum momento do sequencial de imagens a entrega da referida sacola pela atendente ao autor do vídeo, não havendo veracidade técnica e legal no mesmo ao longo dos seus 2 minutos e 23 segundos de duração”.
A Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) informou que o laudo foi entregue pelo secretário à Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Deccor), da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM); e ao Ministério Público Estadual (MPE-AM), para que auxilie nas investigações e punição dos autores da prática criminosa.