SÃO PAULO (Reuters) – A vacinação nacional contra a Covid-19 começará às 17h desta segunda-feira em todos os Estados após a distribuição de doses da CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac, que deverá ser concluída nesta tarde, disse o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Em pronunciamento ao lado de governadores no galpão logístico do Ministério da Saúde no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, Pazuello alertou que o início da vacinação nacional não desobriga a população de continuar a se prevenir da doença, com o uso de máscaras e o distanciamento social, medidas criticadas pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Fica combinado então que a gente distribui tudo hoje e começa (a vacinar) hoje ao final do dia, em princípio às 17h”, disse o ministro ao lado dos governadores.
Na véspera, a vacinação começou no Brasil com os profissionais de saúde do Hospital das Clínicas, em São Paulo, com a presença do governador paulista, João Doria (PSDB), desafeto político de Bolsonaro e provável adversário dele nas eleições presidenciais de 2022.
Doria não participou do evento em Guarulhos e enviou o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), para representá-lo.
Estados e municípios começaram a anunciar os planos para a primeira vacinação pouco depois do pronunciamento de Pazuello. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), por exemplo, anunciou em uma publicação no Twitter que a primeira imunização na cidade será realizada às 17h no Cristo Redentor, principal cartão postal da cidade.
A CoronaVac foi testada no Brasil pelo Butantan, que também importou as cerca de 6 milhões de doses da China, que agora dão a largada na vacinação no país, e já está envasando a vacina localmente. O instituto é vinculado ao governo de São Paulo.
O início da vacinação em São Paulo no domingo foi criticada por Pazuello no mesmo dia, e Doria rebateu as declarações do ministro, afirmando que ele deveria ter humildade e agradecer a São Paulo.
Inicialmente, Pazuello previa o início da vacinação no dia 20, mas acabou por atender pedido dos governadores que defenderam que ela começasse o mais rapidamente possível.
Bolsonaro até o momento não comentou o início da vacinação no Brasil. O presidente, que frequentemente minimiza a pandemia, responsável pela morte de mais de 209 mil pessoas no Brasil —segundo maior número do mundo atrás apenas dos Estados Unidos— assegurou no passado que seu governo não compraria a CoronaVac e colocou em dúvida o imunizante.
O governo federal, entretanto, firmou contrato com o Butantan para a compra de 46 milhões de doses do imunizante chinês, com a opção de mais 54 milhões de doses.