MANAUS – Um dos servidores do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) presos na operação Arquimedes, em Manaus, nesta quinta-feira, 25, tinha em casa uma quantia de R$ 205 mil em espécie.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), responsáveis pela operação, não divulgaram os nomes de nenhum dos presos. A operação tem o objetivo de desarticular um esquema de corrupção responsável por extração ilegal de madeira na floresta amazônica.
O ESTADO POLÍTICO apurou que um dos servidores do Ipaam presos nesta manhã é o ex-diretor jurídico do órgão na gestão do governo Amazonino Mendes (PDT), Fábio Rodrigues Marques.
Segundo o portal da transparência do Governo do Amazonas, Fábio é analista ambiental concursado. Na gestão Wilson Lima (PSC), o servidor tem cargo comissionado de chefe de procuradoria, com salário bruto de R$ 11 mil. O posto é subordinado à diretoria jurídica do Ipaam.
PF e MPF não confirmam se foi na casa de Fábio que foram encontrados os R$ 205 mil em espécie. Segundo os delegados do caso, como a investigação ainda está em curso, eles não podem entrar em detalhes sobre muitos pontos da operação.
O Ipaam, segundo os investigadores, era peça chave na engrenagem do esquema criminoso. Isso porque, segundo o MPF, seus servidores, em troca de vantagens indevidas, como propina, colaboravam para que empresas madeireiras extraíssem madeira sem fiscalização e de forma irregular.
Segundo a PF, a investigação apura os crimes e a atuação dos servidores do Ipaam desde 2016.
Outro lado
Em nota, o IPAAM informou que colabora com os investigadores. Defendeu ainda que as práticas criminosas apontadas pela PF e o MPF ocorreram em gestões anteriores.
Abaixo a íntegra da nota do órgão estadual:
Ipaam colabora com investigações da Operação Arquimedes, que envolve ações ocorridas em gestões passadas do órgão
O Governo do Amazonas, por meio do Instituto de Proteção Ambiental (Ipaam), informa que a investigação que desencadeou a operação Arquimedes é relativa a ações ocorridas em administrações passadas. Desde as primeiras horas desta quinta-feira (25/04), o Ipaam está colaborando com os agentes da Polícia Federal (PF) e membros do Ministério Público Federal (MPF), cedendo toda documentação solicitada pela investigação.
A nova gestão do órgão informa ainda que desde quando assumiu, em janeiro, vem buscando combater veementemente qualquer prática ou comportamento de servidores que não condizem com a ética e missão do Ipaam, que é de “executar a política de controle ambiental do Estado do Amazonas, visando o desenvolvimento sustentável”.
Entre as ações estão a implementação de uma política de compliance (estabelecendo disciplinas para cumprimento de normas legais), anti-corrupção, a capacitação de servidores a respeito do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) e implantação do sistema de licenciamento eletrônico, garantindo mais transparência e eficiência nos processos ambientais.
O Ipaam reitera o compromisso, junto à sociedade amazonense, com a transparência de suas atividades. Além disso, o órgão está aguardando as informações da Polícia Federal para tomar as medidas administrativas cabíveis em relação a operação.