Da Redação |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cortou o repasse de recursos destinandos a programa de manejo florestal e prevenção de incêncios no Brasil. Esses recursos eram destinados ao treinamento de brigadistas, incluindo a Brigada Xerente, que atuam na Amazônia, Pantanal e Cerrado.
A informação foi publicada nesta quarta-feira, 12, por reportagem da Folha de São Paulo.
O Serviço Florestal dos EUA promovia uma gestão inclusiva de incêndios no Brasil, treinando comunidades tradicionais, como a primeira brigada de incêndio indígena composta exclusivamente por mulheres em Tocantins e Maranhão.
Em novembro do ano passado, a brigadista indígena Simone Xerente representou o projeto em um encontro com o então presidente Joe Biden em Manaus.
Durante essa visita, Biden anunciou um investimento de US$ 7,8 milhões para fortalecer a parceria de longa data entre o Serviço Florestal dos Estados Unidos, o Ibama, a Funai e o ICMBio, visando aperfeiçoar as estratégias de prevenção e resposta a incêndios florestais através de uma linguagem comum e abordagens padronizadas.
Essa parceria, firmada desde 2021, tinha como objetivo reforçar as ações de combate a incêndios florestais.
Em entrevista à Folha, Simone Xerente lamentou a suspensão dos recursos americanos.
“Recebi essa notícia com muita tristeza, pois através desta cooperação técnica entre o Brasil e os Estados Unidos eu recebi a minha formação como brigadista, em 2021, e tive a oportunidade de presenciar o compromisso dos Estados Unidos em apoiar as causas ambientais”, disse Xerente.
“Nós, indígenas, acreditamos na força da parceira, da integração. Os Estados Unidos têm um forte problema com incêndios e bons técnicos com muita experiência. Essa cooperação técnica era positiva porque juntava os saberes e o resultado era o fortalecimento de todos.”