MANAUS – Durante a apresentação de relatório das ações executadas pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam) dos últimos quatro meses da gestão de Amazonino Mendes (PDT) – 3º quadrimestre de 2018, na Comissão de Saúde da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), o titular da pasta, Rodrigo Tobias, afirmou que a Susam gasta muito, mas gasta mal.
Na visão do novo secretário, que assumiu a secretaria em 29 de março desse ano, o Estado gasta muito, mas não gasta bem os recursos de saúde. Além disso, a carga de investimento próprio no setor é muito alta – 83% – em relação à federal. “Precisamos chegar entre 60% e 40% pelo menos”, disse o secretário por meio da assessoria da secretaria.
Ao mostrar os números da Saúde no Estado em 2018, o secretário falou sobre a necessidade de se redesenhar o setor, sob uma nova ótica, com base na inteligência e no planejamento. Em 2018, o Amazonas investiu 21% da receita própria em saúde, quando a Constituição Federal determina o mínimo de 12%. Essa tem sido a média dos últimos três anos.
Entre as ações que mais executaram recursos na Susam em 2018 está a remuneração de servidores, com R$ 904 milhões, seguida do pagamento de empresas terceirizadas – R$ 644 milhões. Na manutenção da rede, foram gastos R$ 531 milhões e R$ 254 milhões na assistência farmacêutica.
Com uma carreira focada no estudo da atenção primária, Rodrigo Tobias defendeu maior apoio aos municípios. “Precisamos co-financiar os municípios, porque é lá que está a resolutividade. Se o paciente não for tratado na rede básica, ele agudiza e vai precisar de atendimento na média e alta complexidade, no pronto-socorro”, explicou.
Conforme o relatório do ano passado, o Estado do Amazonas tem 66,14% de cobertura na atenção primária, acima da média nacional, que é de 65%. Mas isso graças aos esforços dos municípios, segundo Tobias. O novo secretário defendeu a telessaúde para alcançar o interior e frear a demanda por atendimento na capital. Disse ainda que a nova gestão vai brigar para implantar o projeto de regionalização da saúde, com a implantação dos polos de saúde no interior.