Manaus – Anunciada líder do governo de Wilson Lima (PSC) na Assembleia Legislativa (ALE-AM), a deputada estadual Joana Darc (PR) afirmou que não considerou necessário discutir com o presidente do partido, Alfredo Nascimento, se aceitava ou não o cargo de representante do Executivo.
Na semana passada, instantes depois do governador Wilson anunciar Joana Darc como sua nova líder, Alfredo Nascimento divulgou nota onde afirma que a sigla não pertence à base aliada do governo.
A parlamentar afirma que segue respeitando o PR, mas que aceitou o desafio motivada mais pelo interesse pessoal de servir ao estado do que por questões partidárias. “Acima de tudo eu sou líder do nosso estado. O meu papel principal e o que me motivou a aceitar é o fato de, primeiro, ter uma mulher nessa posição construindo, e ser uma interlocutora”, disse a parlamentar em entrevista ao ESTADO POLÍTICO.
ESTADO POLÍTICO: Considerando a nota divulgada pelo PR, a sua situação no partido se complica? Como é que a senhora está administrando isso?
DEPUTADA JOANA DARC: Minha situação no partido é a mesma, isso aí foi uma notícia errada que foi divulgada por um portal que acabou criando esse debate, mas eu sempre fui respeitada dentro do partido, eu sempre respeitei o Alfredo Nascimento, eu sempre respeitei o Marcelo Ramos, eu sempre caminhei com o partido em todas as eleições, em todos os processos políticos, e a minha situação continua a mesma. A gente tem aí uma situação de respeito, eu penso no meu mandato, eu penso no que eu tenho que contribuir com o meu estado, e as minhas decisões passam por isso. E que bom que não são decisões estritamente partidárias, porque a gente sabe que quando as decisões são estritamente partidárias, às vezes elas não representam o anseio que aquele mandato precisa. Eu respeito a nota, respeito o posicionamento do meu partido, e como eu disse, quando eu assumi aqui dentro da ALE-AM, eu estou para contribuir, eu estou para construir pontes, eu estou para fazer interlocuções, é isso que eu vou buscar fazer. Tenho certeza que eu não vou sofrer nenhuma represália dentro do partido e tenho certeza também que de mim o partido continuará tendo o respeito e o apoio. Em nenhum momento eu penso em sair do partido ou alguém pensa em me tirar do partido, muito pelo contrário, a relação continua a mesma.
ESTADO POLÍTICO: Em algum momento enquanto analisava o convite do governo para assumir a liderança a senhora conversou com o partido, com os presidentes, sobre a opinião deles?
DEPUTADA JOANA DARC: Olha, eu já era vice-líder do governo, então, assim, a mudança para a liderança foi uma mudança que eu já estava fazendo parte do colegiado, e eu entendo até que não existe essa questão de líder/vice-líder , porque a gente é um colegiado de líderes, então, assim, eu conversei com a minha família sobre essa decisão. A gente sabe que é uma dedicação a mais, não achei necessário conversar com o partido. Eu tenho a independência necessária para isso, o respeito necessário para isso, a minha conversa foi com a minha família e comigo mesmo, né, de aceitar esse desafio, de ser uma mulher e assumir essa postura de líder dentro da Assembleia, fazer essa interlocução, e eu já era vice-líder, na verdade eu só mudei uma função, porque eu já fazia parte do colegiado, então toda a discussão em relação a isso foi feita lá atrás, quando eu decidi ser vice-líder.
ESTADO POLÍTICO: Que pontos a senhora considerou para aceitar o convite?
DEPUTADA JOANA DARC: Olha, o principal ponto que eu considerei é que eu entendo que nós passamos por um novo momento dentro da nossa política, um momento em que liderança de governo não deve ser uma liderança de defender por defender, assim como uma oposição não deve criticar por criticar, porque quando isso acontece dentro do parlamento e isso ecoa para fora, quem sai perdendo é o nosso estado, então acima de tudo eu sou líder do nosso estado. O meu papel principal e o que me motivou a aceitar é o fato de, primeiro, ter uma mulher nessa posição construindo, e ser uma interlocutora. As categorias chegam aqui na Assembleia, elas precisam ser recebidas e precisam de encaminhamentos, os deputados precisam também fazer os seus encaminhamentos e resolver as suas demandas, e eu acredito que apesar de serem poderes independentes, o Executivo e o Legislativo devem conviver em harmonia, e eu estou para fazer essa interlocução, na verdade o que fez eu decidi foi isso, poder fazer e ir além de só ir para tribuna criticar, poder colaborar. Porque quando a gente coloca as questões partidárias, eleitorais e outras questões, que de repente, tem um novo grupo no governo, por exemplo, a gente prejudica o nosso estado , e as pessoas que confiaram o voto a mim confiaram para eu poder ser uma pessoa que vai fazer proposição, que vai articular, que vai fazer interlocução, que vai dialogar, e acima de tudo vai construir.