MANAUS – O delegado da Polícia Civil Gustavo Sotero foi condenado, nesta sexta-feira (29), a 30 anos e 2 meses de prisão pelo homicídio do advogado Wilson Justo Filho. O crime ocorreu no dia 27 de novembro de 2017, em uma casa de show localizada na zona Oeste de Manaus.
Foram incluídos na soma da pena a tentativa de homicídio de Mauricio Carvalho, além de lesão corporal contra a viúva de Wilson, Fabíola Rodrigues e Yuri Paiva.
Sotero, com a condenação, perde o cargo da Polícia Civil do Amazonas e não poderá recorrer da sentença em liberdade. Ele ficará preso em regime fechado.
Realizado no Fórum Ministro Henoch Reis e presidido pelo juiz Celso Souza de Paula, o júri teve início na quarta-feira (27) e registrou quase 35 horas de trabalhos em Plenário, nos três últimos dias, incluindo os debates entre defesa e acusação, inquirição de testemunhas e peritos e interrogatório do réu. A sentença foi lida por volta das 19h.
O Conselho de Sentença foi formado por sete jurados (cinco homens e duas mulheres). O Ministério Público do Estado do Amazonas esteve representado pelo promotor de justiça George Pestana e teve como advogados assistentes Anielo Aufiero, Catarina Estrela e Josemar Berçot. A defesa do réu foi feita pelo advogado Cláudio Dalledone e equipe.
A defesa do réu anunciou a intenção de recorrer da sentença.
Na Ação Penal n.º 0641996-45.2017.8.04.0001, Sotero respondia pelo homicídio de Wilson Justo Filho e por tentativa de homicídio contra Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira (esposa de Wilson), Maurício Carvalho Rocha e Yuri José Paiva Dácio de Souza. O crime ocorreu no dia 25 de novembro de 2017, em uma casa de show localizada na zona Oeste de Manaus.
O último dia da sessão de julgamento teve início com o interrogatório do réu, primeiro pelo juiz Celso de Souza Paula, seguido pelo promotor George Pestana e pelo advogado de defesa, Cláudio Dalledone.
Esta fase, que teve início às 8h50, estendeu-se até 13h05, quando o juiz anunciou uma hora de recesso para o almoço.
Os trabalhos foram retomados às 14h, quando foi aberta a fase de debates entre os representantes da acusação e da defesa. O primeiro a falar foi o promotor George Pestana, que teve uma hora e meia para defender a tese da acusação que atribuía ao réu os crimes de homicídio contra Wilson Justo e se tentativa de homicídio contra outras três pessoas.
Em seguida, o advogado do réu, Cláudio Dalledone, passou a reforçar a tese de que o réu ao ser agredido pela vítima Wilson Justo e um amigo deste, agiu em legítima defesa ao sacar a arma e atirar várias vezes. Assim como o promotor, ele falou por uma hora e meia.
O Ministério Público abriu mão da réplica e, às 17h10, os jurados se retiraram do plenário para, em reservado, proceder a fase de quesitação e chegar ao veredito.