MANAUS – Mais seis casos suspeitos de rabdomiólise foram notificados à Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), nesta quinta-feira (9). São três pessoas em Maués, duas em Urucurituba e uma em Parintins.
Com as novas notificações, são 61 casos suspeitos de rabdomiólise em dez municípios do Amazonas. A FVS informou que segue investigando o surto e que foi criado um grupo de trabalho para mapear e investigar as regiões com notificações pela força-tarefa.
Do total de internados, três estão em Maués, um em Itacoatiara, um em Urucurituba e um em Parintins.
“Todos os pacientes estão estáveis. Estamos monitorando todos os casos. De qualquer forma, estamos investigando para confirmar as possíveis causas desse surto de rabdomiólise no Amazonas, inclusive com a presença de facilitador do Ministério da Saúde dando o suporte às nossas ações”, declarou a diretora-técnica da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
Os seis novos casos notificados por rabdomiólise incluem a ingestão prévia de peixes seguida de sintomas, como palpitação e rigidez muscular, boca seca, náusea, vômitos, dor no tórax, mal-estar, dispneia (falta de ar) e febre.
Segundo a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/FVS), Liane Souza, as investigações ainda estão em andamento para traçar o perfil de todos os notificados novos.
“Os dois casos de Urucurituba já nos foi notificado e trata-se de uma pessoa do sexo feminino, de 74 anos, e uma do sexo masculino, de 24 anos. De Parintins e de Maués, ainda estamos investigando os detalhes”, informa Liane.
Os sintomas de rabdomiólise podem variar de acordo com a quantidade circulante das enzimas liberadas do interior das células musculares, sendo os sintomas mais comuns: Dor muscular; Falta de força; Dificuldade para movimentar as pernas ou braços; Rigidez muscular; Dor nas articulações; Urina em pouca quantidade e muito escura, semelhante à cor de coca-cola. Por esse motivo é popularmente chamada de doença da urina preta.
61 casos no total
Até esta quinta-feira, a FVS registra 37 casos em Itacoatiara (sendo um óbito), quatro em Silves, quatro de Borba, quatro em Parintins, quatro em Maués, três em Manaus, dois em Urucurituba, um em Manacapuru, um em Caapiranga, um em Autazes.
Análise laboratorial
Técnicos do governo que foram acompanhar in loco a ocorrência de casos em Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), fizeram coleta de amostras da água dos rios que banham os municípios notificadores dos casos, de peixes contaminados, de frutos que ficam dentro da água dos rios e servem de alimento para os pescados; além de amostras de sangue e de soro dos pacientes hospitalizados pela síndrome.
Os materiais foram encaminhados ao Laboratório Central de Saúde Pública da FVS (Lacen/FVS) para analisar e identificar quais dos materiais podem estar incluídos na cadeia de contaminação.
Grupo de Trabalho – Na manhã desta quinta-feira, uma reunião virtual foi realizada com especialistas de diversas instituições da esfera estadual, da força-tarefa do Governo do Amazonas, para identificar causas e formas de combate.
As instituições definiram a criação de um grupo de trabalho para mapear e investigar as regiões onde estão os municípios notificadores de casos suspeitos de rabdomiólise. Outra reunião sobre o assunto está prevista para ser realizada nesta sexta-feira (10).