MANAUS – O deputado federal Sidney Leite (PSD) rebateu o posicionamento, segundo ele, separatista, do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Zema, em entrevista ao Estadão publicada no sábado, 5, defendeu uma frente de “protagonismo” das regiões Sul e Sudeste.
“O governador Zema reafirma em sua fala, claramente equivocada, que não conhece a realidade do país. Precisamos lembrar que existem duas desigualdades no Brasil, a social e a regional, sendo que na região Norte, a social é potencializada pela regional”.
“É preciso entender que precisamos de equilíbrio e que não é colocando regiões em disputa que o problema do país vai se resolver. Precisamos sim de compensação e principalmente de união”, completou Leite.
Zema afirmou que os governadores do Sul e do Sudeste querem mais “protagonismo” na política e na economia e vão agir em bloco para evitar perdas econômicas contra as outras regiões. Além disso, o governador de Minas estimulou o lançamento de um candidato de direita do grupo à Presidência nas eleições de 2026.
“Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população. Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, diz Zema em trecho da entrevista.
Na entrevista, Zema diz que a frente Sul-Sudeste buscará, além do protagonismo econômico, que segundo ele representa 70% da economia brasileira, o protagonismo político.
“O que nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos – que é necessário, mas tem um limite – de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada. A reforma tributária, fizemos outro questionamento. Está sendo criando um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade…Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, diz o governador de Minas que recebeu apoio público do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB.