MANAUS – Sete dos oito presos durante a operação Sangria, deflagrada nesta terça-feira (30), deram entrada no sistema prisional do Amazonas. Os presos passaram a noite em unidades do complexo prisional localizado na BR-174, na Zona Rural de Manaus.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) se limitou a informar onde estariam detidos parte dos presos.
Dentre os detidos temporariamente, segundo a Seap, os dois que são advogados estão em uma sala do estado maior do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) 2, em quarentena.
Conforme a secretaria, outros dois detidos homens estão, também em quarentena, no CDPM 1.
Já três mulheres, de acordo a Seap, estão no Centro de Detenção Provisório Feminino (CDPF).
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão, determinou a prisão de oito pessoas.
No entanto, segundo a Seap, apenas Renata de Cássia Dias Mansur Silva não deu entrada no sistema.
Assim, pelas informações divulgadas pela Seap, é possível inferir que seguem presas a secretária de Estado da Saúde (Susam), Simone Papaiz; Alcineide Figueiredo Pinheiro, ex gerente de compras; e a empresária Luciane Zuffo Vargas de Andrade, que são as mulheres relacionadas na lista de mandados de prisão cumpridos.
Entre os homens, os ex-secretários executivos da Susam Perseverando da Trindade Garcia Filho e João Paulo Marques dos Santos são advogados, e possivelmente são os detidos no CDPM 2.
Os outros que tinham mandado de prisão a serem cumpridos pela operação e que estariam no CDPM 1 são os empresários e representantes das empresas investigadas: Fábio José Antunes Passos e Cristiano da Silva Cordeiro.
A operação
A Polícia Federal (PF) cumpriu em Manaus 14 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão temporária.
A Procuradoria Geral da República (PGR) e a PF sustentam que houve fraude na compra de 28 respiradores executada pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam). A compra custou R$ 2,9 milhões.
A principal acusação é que o valor foi superfaturado e a compra direcionada para a empresa FJAP.
O Governo do Amazonas nega irregularidade na compra. Em nota, a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) informou que o governador Wilson Lima estava retornando para Manaus ainda nesta terça-feira. E que o Executivo se manifestaria depois de obter informações sobre a operação.
À noite, o governador divulgou um vídeo no qual afirma que nunca deu ordem para prática ilegal e se disse “absolutamente tranquilo”.
Foto principal: Em primeiro plano o CDPF e, atrás, o Ipat. Crédito: Chico Batata/TJ-AM – 27/02/2014