MANAUS – Com o afrouxamento das medidas de distanciamento social da pandemia de Covid-19, os templos da Igreja Católica reabrirão suas portas na capital amazonense a partir da próxima quarta-feira (24). A decisão é detalhada em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22), mas foi anunciada pelo arcebispo Dom Leonardo Steiner ao final da celebração eucarística deste domingo (21), em transmissão pela televisão e internet, forma como os cultos vêm sendo realizados desde o fim de março.
A reabertura das igrejas, seguindo uma série de normas, está autorizada pelo Governo do Amazonas desde o dia 1º deste mês, mas a instituição cristã milenar decidiu à época manter o planejamento definido no início da quarentena, que previa a suspensão das atividades até este dia 22.
Em um documento encaminhado às pastorais, Dom Leonardo Steiner define 15 passos para o retorno gradual das atividades presenciais nas igrejas. Além da capital, as orientações alcançam as pastorais de Careiro da Várzea, Careiro Castanho, Manaquiri, Iranduba, Novo Airão, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo.
Conforme o cronograma, de 24 de junho a 4 de julho, haverá abertura das igrejas para oração, prática devocional pessoal, sem concentração de pessoas. A partir de 28 de junho, ocorrerá celebração de missa, mas apenas com um número limitado de agentes de pastoral. De 4 e 5 de julho, ocorre o “início das Missas e Celebrações da Palavra com o povo de Deus”, descreve o documento.
O ofício estabelece uma série de medidas a serem tomadas para o funcionamento das igrejas, entre as quais um tempo máximo de uma hora e meia de cada celebração e um intervalo de cinco horas entre cada culto para a sanitização dos ambientes. A entrada só será permitida para pessoas fora do grupo de risco. “Por enquanto, ainda não terão acesso as crianças até 12 anos e as pessoas idosas”, observa.
“Seguimos com nosso cuidado pela vida dos mais empobrecidos. Que nossas comunidades continuem promovendo esta rede de solidariedade com coletas de alimentos e recursos para o atendimento das pessoas mais vulneráveis”, orienta o arcebispo no comunicado.
Confira abaixo, os 15 passos definidos por Dom Leonardo:
- A gradualidade deste processo prevê as seguintes datas:
a. De 24 de junho a 4 de julho: abertura das igrejas para oração, prática devocional pessoal,
sem concentração de pessoas;
b. 28 de junho: Celebração de Missa apenas com um número limitado de agentes de pastoral;
c. 4 e 5 de julho: início das Missas e Celebrações da Palavra com o povo de Deus; - O tempo destinado às Celebrações, considerando a acolhida do povo, o desenrolar da celebração com ritos que exigirão cuidados de distanciamento e despedida dos participantes não deve ultrapassar 1 hora e 30 minutos;
- Os intervalos entre as Celebrações para sanitização do ambiente devem ser de 5 horas;
- Para ter acesso às celebrações os fiéis devem estar utilizando máscara. As comunidades procurem dispor de máscaras de reserva;
- Para a higienização os fiéis terão acesso a álcool em gel 70% antes e depois das celebrações;
- Podem participar presencialmente das celebrações nas igrejas e capelas ou outros espaços celebrativos (centros comunitários), as pessoas que estejam fora do grupo de risco. Por enquanto, ainda não terão acesso as crianças até 12 anos e as pessoas idosas;
- Os fiéis impossibilitados da participação presencial aos domingos, considerem que as celebrações presenciais da semana valem como preceito dominical enquanto durar este período de pandemia. Recomenda-se inclusive, a participação nas celebrações ofertadas ao longo da semana, caso esta seja disponibilizada nas Paróquias/Área Missionárias, para que haja melhor possibilidade de acolher outros fiéis nas celebrações dominicais;
- As pessoas do grupo de risco, incluindo as pessoas idosas e as crianças (que já fizeram a primeira eucaristia), desde que gozem das condições de saúde e transporte para deslocamento, após participarem da Missa pelos meios oferecidos em suas casas (rádio, televisão e internet), em horário conveniente, poderão receber a comunhão de dentro dos carros no estacionamento das Paróquias/Área Missionária, se houver condições deste serviço ser oferecido pelas mesmas, mantendo os cuidados preventivos necessários da parte de quem irá distribuir a comunhão;
- A lotação máxima das igrejas, capelas e outros espaços celebrativos é de 30% da capacidade total. Nas igrejas e capelas com espaços celebrativos pequenos, sendo possível, recomenda-se que se realizem as celebrações fora do templo ou se busquem alternativas em outros espaços comunitários mais amplos e com condições de arejamento (associações de moradores, quadras esportivas, escolas, etc);
- Em lugar visível aos fiéis, serão afixadas as orientações preventivas necessárias para a participação nas celebrações;
- A Comunhão será distribuída exclusivamente nas mãos, devendo todos comungar na frente dos ministros. Evite-se comunhão nas duas espécies para o povo. Quem preside, eventuais concelebrantes e diáconos comungam do cálice por intinção;
- Os fiéis serão orientados a deixar o espaço celebrativo, segundo uma ordem. As primeiras pessoas a sair devem ser as que estão mais próximas da porta de saída, evitando, desta forma, que as pessoas se cruzem e se aglomerem;
- EXÉQUIAS: Devem ser celebradas nas casas ou funerárias com a presença dos familiares, tendo em conta as normas de segurança e um tempo mais abreviado no rito. Apesar de ser difícil nestes momentos de dor, é importante que se omitam gestos que impliquem toques (apertos de mão e abraços);
- Podem ser realizados os Sacramentos do Batismo, Matrimônio, Unção dos Enfermos e Reconciliação. Para a celebração destes sacramentos sejam observadas as mesmas orientações de espaços e cuidados como na Celebração Eucarística, seguindo as recomendações preventivas tanto para o Ministro quanto para os fiéis, sobretudo no que diz respeito ao distanciamento, a higienização das mãos incluindo o uso de viseiras, sobretudo para o Sacramento da Reconciliação;
- Por tratar-se de um processo gradual, continuam suspensas as reuniões de pastorais, catequese e outros momentos de grupos de serviços e movimentos. Novas orientações serão publicadas sempre de acordo com o contexto da situação de saúde pública. Aguardem, portanto, novas orientações;