MANAUS – Professores da rede estadual de ensino ameaçam montar um acampamento em frente à sede do Governo do Amazonas, a partir das 18h desta segunda-feira (22). A decisão de acampar será tomada, segundo a presidente do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), Ana Cristina Rodrigues, caso não exista uma contraproposta referente às reivindicações da categoria, que incluem desde o reajuste salarial de 15% ao pagamento de auxílio localidade, vale-transporte e plano de saúde para professores aposentados.
O comando de greve do Sinteam participou de uma reunião com o titular da Seduc, Luiz Castro, na manhã desta segunda. De acordo com a categoria, o estado manteve a proposta de reajuste de 3,93%.
“Acabamos de sair de uma reunião como os secretários de estado, e infelizmente não temos uma contraproposta. O que ouvimos foram apenas as promessas que já havíamos ouvido antes, portanto, tínhamos tirado o encaminhado de que ficaríamos aqui na sede e daqui só vamos sair quando tivermos uma agenda com o sr. governador do estado, para que o mesmo possa estar conversando com a categoria e buscando soluções para o impasse que hoje temos, que é em relação ao que confere os 15% de reajuste salarial. Também queremos saber concretamente as demais pautas que vão desde o auxílio localidade para os nossos colegas do interior, até o vale transporte, plano de saúde para os aposentados. Queremos uma data de quando essas pautas serão executadas. Portanto, o Sinteam decide que ficaremos aqui dentro até que tenhamos uma resposta concreta. Nós não vamos retroceder, a força está na unidade”, declarou Ana Cristina.
Manifestação
O movimento grevista realizou um ato em frente à Ponte Rio Negro na manhã desta segunda. De lá, pelo menos 500 professores caminharam até a frente da sede do governo.
Entrevista
Em entrevista à rádio Tiradentes, nesta segunda, o governador Wilson Lima (PSC) declarou que recebe os professores para conversar sobre a reivindicações da categoria, desde que eles apresentem quem de fato representa a categoria.
“A gente tem mantido o diálogo. Há uma dificuldade por parte da categoria em encontrar um interlocutor, que há vários grupos se levantando como representante dos professores, e aí fica muito difícil o diálogo. Mesmo assim estamos conversando. No momento em que houver essa definição, de Sinteam, Asprom, comando de greve, que eles encontrem um consenso e que formem uma comitiva para a gente conversar”, disse Wilson.
Procurada pela reportagem, a Secom ainda não se pronunciou sobre as manifestações desta segunda-feira e nem sobre a ameaça de acampamento em frente à sede. Caso o governo divulgue nota, a matéria será atualizada.
LRF
O governo estadual sustenta que está impedido de conceder reajuste além da reposição da inflação em razão de já ter ultrapassado o limite máximo de gastos com pessoal, que é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).