MANAUS – A taxa de desocupação do Amazonas no 3º trimestre (13,4%) é 2,3 pontos percentuais inferior à taxa registrada no 2º trimestre do ano (15,8%), e 3,4 pontos percentuais a menos do que a registrada no 3º trimestre de 2020 (16,9%).
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre abril e junho de 2021, a população desocupada no Amazonas, que somava 304 mil pessoas, caiu para 264 mil pessoas, entre julho e setembro, no Estado. Já a população ocupada, que somava 1,62 milhões de pessoas, no 2º trimestre, somou 1,70 milhões, no 3º trimestre deste ano.
A taxa média de desocupação registrada no Brasil foi de 12,6%, então, mesmo com a queda na desocupação no trimestre, a taxa do Amazonas (13,4%) segue mais alta em comparação com a taxa nacional.
Apesar de ter diminuído a taxa de desemprego no Estado, e de ter aumentado o número de ocupados, a taxa de informalidade alcançou 59,5% das pessoas ocupadas no 3º trimestre do ano, no Amazonas, a segunda maior taxa do país. Dessa forma, quase 6 a cada 10 trabalhadores do Amazonas não possuíam vínculo empregatício formal.
As informações foram divulgadas pela Supervisão de Disseminação de Informações (SDI) do IBGE no Amazonas.
Destaques
- Taxa de desocupação no Amazonas caiu 2,3 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2021, na comparação com o trimestre anterior (foi de 15,8% para 13,4%);
- Amazonas apresenta a 13ª maior taxa de desocupação do país. No trimestre anterior, o Estado tinha a 10ª maior taxa;
- No 3º trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, no Amazonas, 172 mil pessoas a mais disseram estar ocupadas em alguma atividade. No mesmo período, 46 mil pessoas a menos disseram estar desocupadas; e 126 mil pessoas entraram na força de trabalho, ou seja, passaram a trabalhar ou a procurar por emprego, no período de referência da pesquisa;
- Informalidade alcança 59,5% dos trabalhadores ocupados no 3º trimestre do ano, no Amazonas, a segunda maior taxa do país, menor apenas do que a do Pará;
- O número de pessoas empregadas por conta própria manteve-se estável, na comparação entre o 2º e o 3º trimestre de 2021, apesar do acréscimo de 26 mil pessoas nessa condição. No total, entre julho e setembro, eram 619 mil pessoas ocupadas nessa posição, no Amazonas. Já no 3º trimestre de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020, eram 111 mil (21,9% de alta) pessoas a mais trabalhando por conta própria;
- No 3º trimestre de 2021, frente ao trimestre anterior, a alta no número de pessoas ocupadas no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (11,2%) e nos serviços domésticos (21,2%) colaboraram para o crescimento percentual de pessoas empregadas do Estado;
- O nível de ocupação, que é o percentual dos ocupados em relação àqueles na idade de trabalhar, subiu 1,9 ponto percentual, entre o 2º e o 3º trimestre de 2021, resultando em 55,0% da população. Na comparação entre o 3º trimestre de 2021 e o mesmo período de 2020, o crescimento no nível de ocupação foi ainda maior: 5,2 pontos percentuais;
- No 3º trimestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020, houve queda no rendimento médio real habitual (-17,2%) e na massa de rendimento (-6,8%) das pessoas ocupadas;
Aumenta número de pessoas na força de trabalho e diminui número de desempregados no Amazonas
No 3º trimestre do ano, dentre a população de 14 anos ou mais, estimada em 3,9 milhões, 1,96 milhão estava na força de trabalho (63,6%), no Amazonas. Dentre esta população na força de trabalho, 1,7 milhão estava ocupada, e 264 mil, desocupada. E outra parcela da população, 1,1 milhão, estava fora da força de trabalho, ou seja, não procurava por uma ocupação.
Entre julho e setembro, na comparação com o trimestre anterior, caiu o número de desempregados no Estado. No segundo trimestre do ano, os desempregados eram 304 mil, ou 15,8% da população na força de trabalho do Estado, e no terceiro trimestre eram 264 mil, ou 13,4%, ou seja, 2,3 pontos percentuais de queda. E no 3º trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, a taxa de desemprego também foi inferior (-3,4%), variação ainda mais significativa.
Da mesma forma, cresceu o número de ocupados no Estado. No 3º trimestre, 80 mil pessoas a mais se declararam ocupadas, crescimento de 4,9%, na comparação com o trimestre anterior. Em um ano, o crescimento foi de 11,2% ou 172 mil pessoas a mais ocupadas no Estado, totalizando 1,7 milhão de pessoas.
O nível de ocupação, de 55,0%, é 1,9 ponto percentual superior ao nível registrado no trimestre anterior, e 5,2 pontos percentuais maior do que o registrado no 3º trimestre de 2020. O percentual mostra que mais da metade da população de 14 anos ou mais do Estado estava empregada no período entre julho a setembro de 2021, coisa que não acontecia no mesmo período do ano anterior.
A taxa de participação na força do trabalho do Amazonas (63,6%), ou seja, o percentual de pessoas de 14 anos ou mais que estavam ocupadas ou desocupadas, subiu 0,5 ponto percentual no 3º trimestre de 2021, frente ao 2º trimestre do ano. Já na comparação com o mesmo período de 2020, a taxa de participação na força de trabalho cresceu 3,7 pontos percentuais (126 mil pessoas a mais). O número da população fora da força de trabalho (1 milhão e 126 mil pessoas) apresentou estabilidade, no Estado, no 3º trimestre de 2021, frente ao trimestre anterior, e queda, na comparação com o mesmo trimestre de 2020 (-8,7%).
A taxa de desemprego no 3º trimestre de 2021 do Amazonas, de 13,4%, representa a 13ª maior taxa entre as Unidades da Federação. No trimestre anterior, o Amazonas tinha a 10ª maior taxa. Os maiores percentuais de desocupação foram registrados em Pernambuco (19,3%), Bahia (18,7%) e Amapá (17,5%), e os menores percentuais foram registrados em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,6%) e Rio Grande do Sul (7,6%).
Pessoas ocupadas, por posição
No 3º trimestre de 2021, no Amazonas, dentre o total de 1,701 milhão de pessoas ocupadas, 551 mil estavam empregadas no setor privado, o que representa crescimento de 34 mil pessoas ocupadas em relação ao trimestre anterior.
Das pessoas ocupadas no setor privado, 362 mil (65,7%) trabalhavam com carteira assinada e 189 mil pessoas (34,3%) trabalhavam sem carteira assinada. Em relação ao trabalhador doméstico, a maioria das pessoas trabalhavam sem carteira assinada; 87,0% das 75 mil pessoas ocupadas na função.
No Amazonas, 246 mil pessoas estavam ocupadas no setor público. Nesse período, em comparação com o trimestre anterior, o setor público, sem carteira assinada, contabilizou 3 mil pessoas a mais ocupadas, no Estado. No total, havia 11 mil (4,5%) pessoas empregadas no setor público, com carteira assinada, e 78 mil (31,7%) sem carteira assinada. Os demais empregados no setor eram militares ou funcionários públicos estatutários (157 mil ou 63,8 do total).
Havia 619 mil pessoas trabalhando por conta própria (36,4% do total de pessoas ocupadas), no Amazonas, no 3º trimestre; um crescimento de 111 mil pessoas (21,9%) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Desses, 575 mil não possuíam CNPJ, ou seja, 92,9% trabalhavam por conta própria, de maneira informal, o que representa crescimento de 99 mil pessoas nessa situação de trabalho, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
O número de pessoas ocupadas como “empregadores” manteve-se estável no 3º trimestre, em relação ao trimestre imediatamente anterior, 37 mil pessoas. 25 mil eram empregadores com cnpj, e 13, sem cnpj.
O setor de trabalhador familiar auxiliar, que é aquele que trabalhou sem remuneração, em ajuda na atividade econômica de membro da unidade domiciliar ou de parente, registrou 161 mil pessoas ocupadas, no 3º trimestre de 2021, 13 mil a menos em relação ao trimestre anterior.
Grupamento de atividades
Em relação ao número de pessoas ocupadas por grupamento de atividade, o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas foi o grupo que apresentou o maior número de pessoas ocupadas, com 343 mil pessoas. A agropecuária ficou na segunda posição, com 301 mil pessoas, e, em terceiro, ficou a administração pública, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com 285 mil pessoas. E em quarto foi a indústria geral, com 183 mil pessoas ocupadas.
Vale destacar que a atividade de serviços domésticos foi a que obteve maior crescimento no 3º trimestre, em relação ao 2º (21,2%), registrando 88 mil pessoas empregadas, sendo 15 mil a mais do que no trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a alta foi de 50,1%, com 29 mil ocupações a mais.
Outra atividade que também cresceu em número de ocupações foi o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que registrou 343 mil ocupações, sendo 35 mil a mais, em relação ao trimestre anterior, 11,2% de alta.
A agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, por sua vez, registrou queda de 3,4% nas ocupações. No total, 301 mil pessoas trabalhavam neste grupamento de atividades, e no trimestre anterior eram 312 mil.
Informalidade
A taxa de informalidade para o Brasil, no 3º trimestre, foi de 40,6% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com o Pará (62,2%), Amazonas (59,5%,) e Maranhão (59,3%), e as menores, com Santa Catarina (26,6%), São Paulo (30,6%) e Distrito Federal (31,8%). A taxa de 59,5% do Amazonas, no 3º trimestre de 2021, foi a segunda maior entre os Estados e Distrito Federal.
Para o cálculo da proxy de taxa de informalidade da população ocupada são consideradas as seguintes populações: empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; empregador sem registro no CNPJ; trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
Caem percentuais de pessoas que desistiram de procurar emprego e de pessoas com subocupação por horas trabalhadas, no 3º trimestre
No terceiro trimestre, no Amazonas, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) foi de 28,6%. O indicador caiu 4,3% em relação ao trimestre anterior quando bateu 32,9%. Com relação ao mesmo trimestre do ano passado, a redução foi de 4,9%; perfeitamente compreensível, dadas às circunstâncias e os reflexos da pandemia.
O número de desalentados no Estado foi de 115 mil pessoas, queda de 17,9% e relação ao trimestre anterior, e de 22,4%, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando o número foi de 148 mil. Lembrando que os desalentados são pessoas que desistiram de procurar emprego porque perderam as esperanças de que irão encontrar.
O percentual de desalentados na força de trabalho foi de 5,5%, no 3° trimestre, contra 6,8% registrado no trimestre anterior. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 1,3 ponto percentual. O percentual do trimestre foi o menor desde o 1º trimestre de 2020 (5,3%).
Com isso, a taxa combinada de desocupação e subocupação por insuficiência de horas trabalhadas foi de 21,2%, no Estado, apresentando redução de 3,4% em relação ao trimestre anterior. Todos os indicadores de subutilização sofreram queda em relação ao trimestre anterior, refletindo assim a melhora no indicador principal que é a taxa de desocupação.
Rendimento médio e soma de todos os rendimentos caem no Amazonas
O rendimento médio de todos os trabalhos das pessoas ocupadas caiu 6,3%, em relação ao trimestre anterior, (R$117 a menos, em valor monetário), passando de R$1.869,00 para R$ 1.751,00. Já em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a perda foi de 17,2%, que representou diminuição de R$363,00 no rendimento médio do trabalhador.
A massa de rendimentos é um indicador que demonstra qual foi a soma dos rendimentos brutos habitualmente recebidos, de todas as pessoas ocupadas em todos os trabalhos que tinham, na semana de referência da pesquisa.
A massa de rendimentos reflete quanto os salários dos trabalhadores contribuiu para a economia. No 3º trimestre de 2021, este valor chegou a 2,7 bilhões, o que representou estabilidade em relação ao trimestre anterior. Na comparação desse indicador com o mesmo trimestre do ano anterior, os dados também são considerados estáveis, apesar de variarem -6,8%, ou R$ 196 milhões a menos.