MANAUS – Em meio às insatisfações de professores e entidades representativas da classe com a volta às escolas estaduais a partir do próximo dia 10, o Governo do Amazonas divulgou neste domingo (2) uma pesquisa da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) que aponta que 97,14% dos professores da rede pública estadual de ensino, que lecionam na capital, aprovam a volta às aulas no regime híbrido, que inclui aulas presenciais e remotas.
Conforme o governo, 82,5 mil pessoas de todo o Estado – entre professores, pedagogos, gestores, administrativos, pais e responsáveis – responderam aos questionários on-line da pesquisa.
Entre os professores que responderam a pesquisa, também prevaleceu a divisão dos alunos em dois grupos, com 55,14% como a opção mais selecionada para a volta às aulas na capital. O retorno de forma híbrida também foi validado por 97,69% dos gestores de escolas, 97% dos pedagogos e 82% dos pais e responsáveis. O governo ressalta que o estudo tem índice de confiança de 95%, de acordo com o Departamento de Estatística secretaria de Educação.
Em nota, a Seduc informou que buscou entender os anseios da comunidade escolar para que o Plano de Retorno às Atividades Presenciais fosse conduzido com as percepções de todos que compõem a Educação, “além de atender às medidas de prevenção estipuladas pelos órgãos de Saúde”.
O Plano de Retorno, que inclui todos os resultados da pesquisa realizada junto à comunidade escolar, está disponível para consulta no www.seduc.am.gov.br.
Retorno gradual
A volta às salas de aula será de maneira gradativa e escalonada em 123 escolas da capital, totalizando cerca de 110 mil alunos. Os primeiros a retornarem – no dia 10 de agosto – são os estudantes do Ensino Médio regular e da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). No dia 24 de agosto, retornam os alunos do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais). Ainda não há previsão para retorno das aulas no interior do estado.
Segurança em saúde
O governo frisou que retorno das aulas presenciais da rede pública estadual de ensino obedece a medidas de segurança em saúde determinadas no Plano de Retorno às Atividades Presenciais e tem o aval da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), que acompanha os dados da Covid-19 no Estado.
Entre as medidas de saúde estão a distribuição e uso obrigatório de máscaras entre todos os profissionais e estudantes; reforço nas práticas de higiene pessoal, como lavagem correta das mãos nas pias instaladas nos ambientes comuns; distanciamento de pelo menos 1,5 metro entre as pessoas, tanto na sala de aula como nos corredores e refeitórios; e limpeza constante das superfícies para evitar a proliferação do vírus.
O secretário de Educação, Luis Fabian Barbosa, destacou que, para o retorno das aulas presenciais, o Governo do Estado está investindo mais de R$ 10 milhões na aquisição de materiais e insumos para a prevenção e combate ao coronavírus no ambiente escolar.
“Dentre os EPIs adquiridos, nós temos um milhão de máscaras. Cada aluno receberá duas. Os alunos de escolas integrais receberão quatro máscaras. Na hora da merenda, da refeição, tira. Além disso, haverá dispenser de álcool em gel em todas as salas. Fizemos revisão em todas as escolas para garantir que as pias estejam funcionando. Tivemos aquisição de sabonetes líquidos, papel, aventais e luvas para todos na cozinha. Todos os EPIs recomendados foram adquiridos por meio de licitação pública nacional”, observou Fabian.
Pioneirismo que estimulou
No próximo dia 6 de agosto, o Amazonas completa um mês do retorno, de forma gradual, das aulas presenciais na rede particular de ensino, sem ocorrência de casos de Covid-19. As medidas de distanciamento e higiene, preconizadas pelas autoridades de saúde, segundo a Seduc, vêm sendo rigorosamente cumpridas nas unidades de ensino da rede privada.
Conforme o governo, essa intensificação das medidas de segurança será realizada nas faculdades particulares da capital, que retornam com as atividades presenciais no mês de agosto, e na rede pública estadual de ensino, que retoma as aulas a partir do dia 10 de agosto. O secretário Luís Fabian destaca que esse resultado fortalece o trabalho do corpo docente que, em breve, estará atuando também na rede pública estadual de ensino.
“Cerca de 23% dos professores da rede privada também são professores da rede pública. Lá eles já iniciaram as atividades, que estão ocorrendo de maneira absolutamente normal, sem ter uma notificação de Covid no ambiente escolar. Estamos, portanto, prontos para iniciar as nossas atividades, garantindo a proteção dos nossos alunos com uma série de protocolos que precisam ser seguidos”, ressaltou o titular da Secretaria de Educação.