MANAUS – Em entrevista à TV Amazonas, nesta terça-feira (21), o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que ainda que estivesse com apenas um leito pronto no hospital da Universidade Nilton Lins, ele teria aberto a unidade.
“Se tivesse um leito pronto lá no hospital Nilton Lins, eu iria abrir. Porque nós precisamos [de leitos] na maior quantidade que a gente conseguir. […] A gente vai ampliando na medida em que for recebendo equipamento, medicamentos”, disse o governador. O unidade fica no bairro Parque das Laranjeiras, na zona Centro-Sul de Manaus.
A fala de Wilson foi em referência a uma crítica da promotora do Ministério Público Estadual (MP-AM), Silvana Nobre, que em uma matéria divulgada no site do órgão, classificou a abertura do hospital da Nilton Lins como “simbólica”.
“Na inspeção observamos que a inauguração do hospital foi simbólica. Leitos de UTIs ainda não estão em funcionamento, setores ainda estão sendo arrumados, máquinas sendo montadas e testadas, EPIs e medicamentos insuficientes, ausência de toalheiros, dispenser de sabonetes líquidos”, declarou a promotora por meio da assessoria do órgão, após inspeção no hospital no domingo, 19.
A Procuradora-Geral do MP-AM, Leda Mara Albuquerque, também participou da inspeção e fez críticas à estrutura.
O Governo do Amazonas começou a receber os pacientes naquela unidade no domingo, diz da abertura. Segundo o Estado, a unidade foi aberta com 66 leitos, 16 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 50 clínicos.
Na entrevista desta terça, Wilson informou que há hoje na unidade 2 pacientes em UTI, 6 em leitos clínicos e outras 16 em procedimentos de transferência de outras unidades.
Segundo do governo, o hospital tem capacidade para até 400 leitos. Mas, segundo o governador, diante da dificuldade em adquirir equipamentos, medicamentos e contratação de pessoal, a ativação dos demais leitos ocorrerá de forma gradual.
A unidade foi alugada pelo período de 3 meses, ao valor total de R$ 2,6 milhões. O aluguel é questionado na Justiça.
Apelo
O governador voltou a apelar para que a população colabore com as autoridades, deixando de sair de casa sem necessidade. Segundo Wilson, o sistema de saúde está operando no limite, e a situação ainda vai se agravar.
“O que está vindo pela frente é muito pior do que a gente está vendo atualmente”, disse Wilson, ao lembrar que além dos casos do novo coronavírus que aumentam, o Estado também registra outros tipos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), como H1N1.
Comitê
Na segunda-feira (20), os Tribunais de Contas (TCE-AM) e de Justiça do Amazonas (TJAM), a Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) e os Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Estado (MPE-AM) criaram um comitê interinstitucional para acompanhar as ações e medidas adotadas pelo poder público para combate e controle do novo coronavírus no Amazonas.