MANAUS – A gratuidade do transporte coletivo para este domingo, 7, dia do primeiro turno das eleições e para o segundo turno (28 de outubro) vai custar R$ 6,4 milhões, caso a Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprove a matéria em votação extraordinária neste sábado (6).
O projeto foi enviado pelo prefeito Arthur Neto (PSDB) nesta quinta-feira (4), e precisa do aval dos vereadores para ser executado.
A gratuidade do transporte nos dias da eleição é uma demanda apresentada pelo Comitê Estadual de Combate à Corrupção e Caixa Dois à Justiça Eleitoral, que a encaminhou para a Prefeitura de Manaus.
Crítica
O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Wilker Barreto (PHS) reclamou da demora do prefeito Arthur Neto (PSDB) em submeter o projeto para análise dos vereadores. O vereador insinuou que o tucano agiu de má fé, pois a análise do assunto às vésperas da eleição e de forma corrida pode acabar prejudicando os legislativos, segundo o presidente da CMM.
“Vai ter sessão amanhã (sábado) às 11h. A Prefeitura colocou a Câmara numa saia justa, mas a Câmara vai fazer a sua parte, e eu já fiz, já convoquei, interstício de 24 horas hoje, amanhã 11hrs tem sessão. Estamos falando da renúncia de alguns milhões, e esbarramos nos aspectos legais, porque depois o Ministério Público vai cair em cima de mim, e aí? Precisamos respeitar o rito, precisamos respeitar o regimento interno”, afirmou Barreto.
Comitê solicitou gratuidade
O Comitê Estadual de Combate à Corrupção e Caixa Dois ingressou no dia 27 de setembro com ofício ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE/AM), solicitando que órgão promovesse diálogo com a Prefeitura de Manaus, com o objeto de disponibilizar gratuitamente o transporte coletivo aos eleitores da capital no dia eleição, 7 de outubro.
A proposta do Comitê tinham como objetivo combater as abstenções e as possíveis ilegalidades como o retorno de transporte para as zonas de votações de eleitores por candidatos ou pelos seus correligionários, realizados por correligionários de candidatos ao certame, em passado recente.
No dia 25 de setembro, o TRE/AM decidiu excluir a gratuidade do transporte coletivo nestas eleições gerais – decisão semelhante adotada em 2017, no pleito suplementar para o cargo de governador e vice – com a justificativa do reordenamento eleitoral e a inclusão da biometria, o que em tese, facilitaria acesso do eleitor ao local de votação, sempre próximo de sua casa, ou seja, sem a necessidade de utilizar o transporte gratuito.
Abstenções crescentes
Porém, os números da última eleição suplementar ao governo do Amazonas, demonstram um aumento da abstenção, passando de 8,59% em 2016, para 15,4% dos eleitores de Manaus, alcançando a soma de total de 24,31% em todo Estado do Amazonas. Percentual superior à ausência registrada na primeira fase da disputa para o governo em 2014, quando a abstenção totalizou 19,4%. Em números, 133.528 eleitores. Naquele pleito 433.813 eleitores não votaram. Em 2017, esse número subiu para 567.341. Em 19 cidades do interior do Estado, a quantidade de eleitores que faltaram foi superior a 40%. Esse foi o caso, por exemplo, de Envira onde 48,5% do eleitorado abriu mão do voto. Número semelhante teve o município de Ipixuna, que alcançou 48,2% de abstenção.