MANAUS – A aprovação do novo marco legal do saneamento básico no Senado na quarta-feira (24) foi muito comemorada por parlamentares locais, mas em Manaus a história mostra que a iniciativa privada na gestão de água e esgoto está longe do melhor dos mundos.
Na capital do Amazonas, os serviços de água e esgoto foram privatizados em 2000, pelo ex-prefeito Amazonino Mendes (Podemos). Duas décadas depois, o investimento no fornecimento de água avançou, mas o serviço de esgoto ficou estagnado.
Dados do Painel Saneamento Brasil mostram que 1,8 milhão de pessoas em Manaus, o que equivale a 87,7% da população, estão sem coleta de esgoto. O painel trabalha com informações do ano de 2017.
Segundo os mesmo dados, até 2017, 10,7% da população não tinham acesso à água. O que equivale a 228,8 mil pessoas. Veja os números completos sobre Manaus aqui.
O estudo é realizado pelo Instituto Trata Brasil (ITB). Os dados mostram que 89,3% da população tinha acesso à água em 2017. Naquele ano, a população de Manaus era estimada em 2,1 milhões.
Questionada pela reportagem sobre em que medida a aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.162/2019 (marco legal do saneamento básico) pode influenciar nos investimentos e melhorias dos serviços prestados pela empresa em Manaus, a Águas de Manaus informou que a proposta “vai aprimorar e modernizar o setor”, além de proporcionar “impactos positivos diretos à população.”
“Investimentos precisam ser feitos para que o Brasil consiga universalizar os serviços de água e esgoto, e oferecer à sociedade condições dignas. A iniciativa privada é importante para fazer os investimentos necessários para estas melhorias”, diz trecho da nota ao ESTADO POLÍTICO.
Quase 90% da população de Manaus não tem serviço de coleta de esgoto. Sobre isso, a empresa informou que atualmente, 20% do sistema de coleta e tratamento de esgoto disponível na cidade é administrado pela concessionária, totalizando um atendimento a 115 mil residências.
“Os demais moradores são atendidos por sistemas particulares individuais ou coletivos (como condomínios e indústrias)”.
A Águas de Manaus diz ainda que irá levar mais dez anos para atingir a meta estabelecida em contrato, que é de chegar a cobertura de 80% de tratamento de esgoto até 2030.