MANAUS – Além do ex-vereador Ronaldo Tabosa, outras seis pessoas foram presas na operação Tesouro Oculto, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 4, pela Polícia Federal com o apoio do Ministério Público Federal. A operação tem o objetivo de combater crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, organização criminosa, fraude à execução e uso de documento falso.
São eles: Alciberto Silva Tabosa dos Reis Junior; André Campos dos Santos; Renielton Moraes de Aquino; Felipe Santarém Aguiar; Fernando Araújo dos Santos Mendes e Nilberto Nadson Silva Tabosa dos Reis.
O grupo criminoso gerou um prejuízo de aproximadamente R$ 90 milhões em sonegação de impostos, segundo informou o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal, delegado Pablo Michel, em coletiva à imprensa na quarta-feira, 4.
“Trata-se de uma organização criminosa que atua há décadas aqui no nosso estado e causou um prejuízo, estimado, na ordem de R$ 90 milhões. É um grupo criminoso difícil, que tem um modus operandi complexo, difícil de apurar, difícil de investigar, com a iniciativa de constituir inúmeras pessoas jurídicas para dificultar a atuação dos órgãos de repressão do estado, mas que ainda assim, graças ao trabalho conjunto da Polícia Federal e do MPF, foi descoberto. Essa organização criminosa tem como líder um ex-parlamentar e, basicamente, toda a sua família engajada na empreitada criminosa. A investigação foi instaurada com base em um trabalho da Receita Federal do Brasil e com o avançar das investigações foram obtidos elementos contundentes de materialidade, autoria e circunstâncias criminosas que permitiram que PF pleiteasse algumas medidas cautelares junto ao Poder Judiciário”, disse o delegado em trecho da coletiva.
A operação mobilizou 100 policiais federais, que cumpriu 21 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão em Manaus e Borba, locais estratégicos identificados durante as investigações.
Foi concedido judicialmente o sequestro e indisponibilidade de bens móveis e imóveis, visando a quitação da dívida perante a Fazenda Nacional no valor de RS 87 milhões.
Sobre a investigação
A investigação iniciou-se em 2019 e apurou um esquema de criação de empresas fraudulentas, por meio de organização criminosa, que fazia a utilização de “laranjas” (sem ciência da sua condição de participante na ação) e de “testas de ferro” (com ciência da participação).
As empreses eram criadas de fato, com CNPJ constituído, com o intuito de darem continuidade a atividade ilegal de venda de planos de saúde sem registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de sonegar créditos fiscais, frustrar direitos trabalhistas, fraudar credores e lavar os ativos ilícitos obtidos por meio.