MANAUS – No primeiro dia de plenário após o período de recesso parlamentar, o deputado estadual de oposição, Sabá Reis (PR), protocolou junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), nesta quarta-feira (1º), os documentos para a abertura de uma CPI, cujo objetivo é investigar dispensas de licitação na gestão do governador Amazonino Mendes (PDT).
Em pronunciamento na tribuna, Sabá afirmou que a apresentação do pedido de abertura da CPI faz para de seu dever de fiscal do Executivo. “Eu não posso me calar, várias vezes preveni sobre os procedimentos do governo de suspender contratos, após isso observei uma enxurrada de dispensas de licitações, sem dar oportunidade a ninguém de participar de uma disputa limpa“, discursou Sabá.
A CPI tem o objetivo de investigar, nas contas de Sabá, 535 dispensas e inexigibilidade de licitação realizadas na gestão de Amazonino. As contratações envolvem as pastas de Segurança, Saúde e Educação.
Bravata
O líder do governo na ALE-AM, deputado estadual Dermilson Chagas (PP), classificou como “politiqueira” a proposta do deputado de oposição, que ocorre às vésperas de uma eleição onde o parlamentar é candidato à reeleição.
Para Dermilson, se o intuito de Sabá é buscar votos propondo a CPI em período eleitoral, “será como um tiro no pé”. “O povo está saturado com esse tipo de politicagem. Não acreditam mais em nada. Essa proposta não passa de bravatas do deputado Sabá, porque na época em que era líder do governador José Melo, não falava nada e agora quer ser o paladino da moral”, defense do deputado do PP.
Nas contas de Sabá, as dispensas já somam quase meio bilhão de reais. “Um dos maiores absurdos cometidos pelo Amazonino foi a compra de 228.634 exemplares de um livreto no valor unitário de R$ 50, totalizando R$ 11,431 milhões da empresa Previna Programas Preventivos e Consultoria, situada em São Paulo”, criticou o deputado do PR.
Dermilson rebate defendendo que sugeriu que fossem incluídos na CPI a gestão de José Melo e de David Almeida (PSB), aliado de Sabá, mas isso não aconteceu. “Fiz a proposta, disseram que iam incluir, mas não fizeram isso. A transparência e clareza tem que servir não só para a gestão do governador Amazonino, mas para as gestões passadas também. Só assim a gente vai poder ver quem está fazendo um trabalho sério”, afirmou.
O que falta
Para a CPI de fato ser implantada, a Mesa Diretora precisa definir os nomes que farão parte dos trabalhos. O presidente da ALE-AM, David Almeida, informou à imprensa que vai consultar a procuradoria da Casa quanto aos próximos passos do processo.
Além de Sabá, assinaram o pedido de CPI David Almeida, Abdala Fraxe (PODEMOS), Francisco Souza (PODEMOS), Serafim Corrêa (PSB), José Ricardo (PT), Luiz Castro (REDE) e Platiny Soares (PSB).