MANAUS – A CPI da Covid poderá concluir, em seu relatório final, que houve crime de genocídio contra a população de Manaus no começo do ano, quando ocorreu a segunda onda da pandemia da COVID-19. A informação foi divulgada ao jornal O Globo pelo relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
A capital do Amazonas foi a primeira grande cidade brasileira a ser atingida pela segunda onda da pandemia e sofreu com a falta de oxigênio, enquanto o governo federal tomava medidas para promover o tratamento precoce com remédios sem eficácia comprovada.
O relatório poderá incluir, ainda, crime de genocídio contra a população indígena.
Documentos do Ministério da Saúde que a CPI teve acesso revelam que houve distribuição de cloroquina, comprovadamente sem eficácia no tratamento da Covid, mas que foi distribuída em aldeias indígenas.
“Em função do que se investigou, do farto material probatório, é importante que antecipemos esse debate, com encaminhamentos, com comunicações, com petições para o Tribunal Penal Internacional, levando em consideração os crimes comuns, os crimes de responsabilidade, os crimes contra a saúde, os crimes contra a humanidade, e estamos também estudando sobre a específica utilização do crime de genocídio com relação aos indígenas e até eventualmente com relação ao que ocorreu lá em Manaus, no estado do Amazonas”, disse Renan.