MANAUS – A primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko, será ouvida no inquérito da investigação do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues. A informação foi divulgada pelo site BNC, que diz ter confirmado com advogados da primeira-dama. O ESTADO POLÍTICO confirmou também com a assessoria da Polícia Civil.
O ESTADO POLÍTICO apurou que entre os questionamentos que a Polícia Civil tem para Elisabeth estão as circunstâncias em que ela esteve na casa onde o filho dela mora, Alessandro Valeiko, na noite do dia 29 de setembro.
O ESTADO POLÍTICO tentou contato com o advogado Marco Aurélio Choy, mas as chamadas para o telefone dele não foram atendidas.
A assessoria da Polícia Civil confirmou ao ESTADO POLÍTICO que Elisabeth já foi notificada a comparecer à delegacia por meio de comunicação enviada ao escritório de advocacia que a representa.
A polícia suspeita que a casa, que fica localizada no condomínio Passaredo, no bairro Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus, pode ter sido o local do crime.
Em entrevista coletiva três dias após o crime, Elisabeth declarou que, na noite do dia 29 de setembro, esteve na casa. Na manifestação pública, ela disse que falou com suspeitos, que mais tarde viriam a ser presos. Entre eles o filho dela.
As declarações de Elisabeth acabaram colocando-a como testemunha no inquérito. Veja o depoimento da primeira-dama aqui.
Quando a polícia foi à residência para periciar a possível cena do crime, o ambiente tinha passado por uma limpeza. Circunstâncias essas que obrigaram os investigadores a utilizar outras técnicas para coletar amostras de sangue na casa.
“Naquele momento, eu fui, meu filho estava sangrando, ele levou uma coronhada na cabeça. O Júnior (José Júnior) estava lá, conversei. O que eu pude falar foi o que o Júnior falou: todos estavam em uma Rave, usaram droga, foram para a casa do meu filho, continuaram a usar droga, e dali nem eu sei o que aconteceu de fato”, declarou Elisabeth no dia 2 de outubro.
Versão do prefeito
No dia 1º de outubro, quando se confirmou o envolvimento de Alejandro no episódio, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), publicou um texto em suas redes sociais em defesa do enteado.
Na ocasião, Arthur sustentou uma versão de que a casa foi invadida por homens encapuzados, e que estes sequestraram Flávio. Durante a ação, Alejandro teria sido agredido com uma coronhada, e outro amigo, Magno de Menezes, esfaqueado.
Na tarde de segunda-feira (30), o corpo de Flávio foi encontrado em um terreno no Tarumã, também na zona Oeste, com perfurações causadas por arma branca.
Nos primeiros dados coletados pelos investigadores, a versão do prefeito e também dos demais suspeitos presos foi desmentida.
A direção do condomínio informou à polícia e depois em nota divulgada à imprensa que o ambiente não foi invadido. E que todos que entram naquele dia no condomínio tinha a permissão de Alejandro.
Entre as pessoas que entraram no local naquela noite estavam o policial militar Elizeu da Paz, acompanhado de um amigo, Mayc Vinicius Teixeira. Elizeu trabalha na segurança de Arthur e é lotado na Casa Militar da Prefeitura
Elizeu trabalha na segurança de Arthur e é lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus. Ele está preso. A polícia suspeita que ele tenha usado o carro oficial que dirigia para retirar Flávio da casa. Não se sabe se vivo ou morto.
O colega de Elizeu, Mayc, segundo a polícia, assumiu ter matado Flávio, no terreno onde o corpo do engenheiro foi encontrado. Os investigadores desconfiam da versão de Mayc, que foi classificada pelo delegado Paulo Martins de “história sem pé nem cabeça”.