MANAUS – Em entrevista ao site no último sábado (1º), o secretário de Segurança Pública (SSP-AM), coronel Louismar Bonates, afirmou ter sido um dos secretários da área, que em reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), defendeu a recriação do Ministério da Segurança Pública no Governo Federal.
“Nós precisamos de um olhar mais apurado do Governo Federal para a segurança. Um ministério seria o ideal por ter um olhar específico ou realmente dentro do Ministério da Justiça, mas que tenha uma atenção maior do Governo Federal”, disse o secretário ao site.
Bonates falou com a reportagem do ESTADO POLÍTICO em uma das agendas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que esteve em Manaus no último fim de semana.
“O nosso objetivo é realmente que o governo olhe com mais atenção para a segurança pública, seja no ministério ou numa secretaria. A gente acha que ainda falta muito, principalmente na parte de recursos”, declarou o titular da SSP-AM.
A reunião entre os secretários de segurança e Bolsonaro foi no dia 22 de janeiro, em Brasília. Nos bastidores, a recriação do Ministério da Segurança foi traduzida como um esvaziamento do poder do ministro Sérgio Moro no governo. Um dia depois, Bolsonaro voltou atrás e declarou estar descartada a recriação de um ministério específico para segurança pública.
Abaixo, a entrevista com o titular da SSP-AM:
Estado Político: Na reunião com o presidente Bolsonaro, o sr. foi um dos secretários estaduais que defendeu o retorno do Ministério da Segurança?
Bonates: Nós precisamos de um olhar mais apurado do Governo Federal para a segurança. Um ministério seria o ideal por ter um olhar específico ou realmente dentro do Ministério da Justiça, mas que tenha uma atenção maior do Governo Federal. O nosso objetivo é realmente que o governo olhe com mais atenção para a segurança pública, seja no ministério ou numa secretaria. A gente acha que ainda falta muito, principalmente na parte de recursos.
Estado Político: O Ministério da Justiça, na figura do ministro Sérgio Moro, atribui a redução no número de homicídios no país as ações do governo federal. Na sua opinião, esse é um mérito do ministro ou dos secretários estaduais?
Bonates: Esse é um mérito quase que exclusivo e reconhecido pelo presidente da República dos sistemas de segurança estaduais. O primeiro ano de governo assim como foi problemático para ele foi problemático para o governo do estado também, nós trabalhamos com recursos escassos, mas os esforços demandados pelas polícias estaduais foi o que levou a essa redução (no número de homicídios). Agora não, agora o Governo Federal está vindo com outro discurso, com mais apoio para nós. Agora a gente vai poder ver realmente que o Governo Federal vai estar participando mais ativamente, mas esse primeiro a grande redução que teve foi basicamente trabalho exclusivo das polícias estaduais.
Estado Político: Houve nesse neste mês de janeiro um aumento do número de homicídios, o sr. atribui isso ao aumento de apreensão de drogas?
Bonates: Quando você começa a tirar o produto das mãos deles, o produto de mercado que é as drogas, e nesse primeiro mês nós apreendemos mais de uma 1,5 tonelada de drogas, isso aí deu uma afetada no mercado deles. E eles começaram a buscar mais espaços. Primeiro, briga por espaço para que continue tendo fonte de renda, segundo para punir aquelas pessoas que perderam a droga. Porque no mundo do crime eles não admitem que você perca produto e aqueles que perderam produto foram assassinados.
Estado Político: Como foi o mês de janeiro em apreensão de armas?
Bonates: Nós estamos com um recorde. Tivemos a apreensão de 227 armas somente neste primeiro mês de janeiro. Aumentou o número de homicídios mas aumentou a presença da polícia nas ruas e aumentou o número de apreensões de armas. As recompensas já estão valendo, agora, está terminando a regulamentação. De maneira que nós estamos nessa luta. O que está demorando um pouco é a questão de prender esses homicidas, porque uma investigação demora um pouco, não é num estalar de dedos. Mas esse ano, tantos mandantes como executores já foram presos 34. A polícia não pode pedir os mandatos de prisão do “Chapolin”, do “Balaio”, nós temos que ter o nome deles e nós não tínhamos esses nomes.
Estado Político: Das áreas que necessitam de maior investimento do Governo Federal, no Amazonas, qual é prioritária?
Bonates: A área de inteligência, por exemplo, eles (Governo Federal) estão oferecendo bastante cursos para nós, mas precisamos de investimentos na área de fronteira. Nós precisamos de equipamentos, como binóculos noturnos, infravermelho, e isso aí está sendo prometido para a SSP-AM ainda este ano. O Governo Federal está nos ajudando com os pagamentos de diárias para quem vai para operações nos rios, as diárias do Base Anzol/Arpão vão todas ser custeadas pelo Governo Federal, seja da Polícia Militar, Polícia Civil ou Bombeiros, a partir de agora, já estão pagando.