MANAUS – Balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que em 2018 o Amazonas apresentou um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 100,11 bilhões e cresceu em volume de 5,1%: a maior variação em volume entre as 27 unidades da federação. A participação do Estado no PIB nacional, em 2018, foi de 1,4%, assim como nos três anos anteriores.
Os dados são do Sistema de Contas Regionais, oriundos de um programa de trabalho realizado pelo IBGE, em parceria com os órgãos estaduais de estatística, secretarias estaduais e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Confira os destaques do levantamento:
⦁ Variação de volume do PIB cresce 5,1% no Amazonas, a maior variação entre as unidades da federação. O único desempenho negativo que ocorreu em Sergipe (-1,8%);
⦁ No âmbito regional, a região Norte obteve a maior variação em volume em 2018, tendo crescido 3,4%;
⦁ O PIB per capita, por sua vez, colocou o Amazonas na 13ª posição no país com um total de R$24.532,90. Em 2002, o estado tinha um PIB per capita de R$7.353,15 e ocupava a 9ª posição;
⦁ Amazonas e Roraima, apesar do bom resultado em 2018, apresentaram redução da razão do PIB per capita ao longo da série, perdendo, assim, posições no ranking nacional de valor corrente;
⦁ O bom desempenho em volume do PIB do Amazonas foi influenciado sobretudo pelas Indústrias de Transformação, cuja variação foi de 8,8%;
⦁ A Agropecuária foi o único, entre os três grupos de atividades econômicas do Amazonas, com variação em volume negativa em 2018, com redução de 1,6%;
⦁ A Indústria amazonense cresceu 8,2% em volume e teve participação de 34,3% na economia do estado em 2018 (33,2% em 2017); os Serviços tiveram variação em volume de 3,8%.
Além do Amazonas, com variação de volume do PIB de 5,1%, a maior do país, outro Estado da região Norte, Roraima, apresentou bom desempenho, e figurou como a segunda maior variação (4,8%). Mato Grosso obteve a terceira maior variação de 2017 para 2018 (4,3%), Santa Catarina a quarta maior variação (3,7%) e Rondônia (3,2%), a quinta, entre as unidades da federação.
Junto com o bom desempenho do Amazonas, vieram outras quinze unidades da Federação, que também tiveram crescimento superiores à do Brasil (1,8%). Este grupo foi o responsável por 30,4% do PIB nacional em 2018. Além do único desempenho negativo que ocorreu em Sergipe (-1,8%), outras doze unidades apresentaram variações médias inferiores ao Brasil; este grupo foi responsável por 69,6% do PIB total.
No âmbito regional, a região Norte obteve a maior variação em volume em 2018, tendo crescido 3,4%, influenciada, principalmente, pelo crescimento em volume do PIB verificado nos Estados do Amazonas, de Roraima, de Rondônia e do Pará. A Região Sudeste, por sua vez, foi a única com variação em volume inferior à média nacional de 1,8%, com acréscimo de 1,4%, já que apenas o Espírito Santo, com aumento de 3,0%, superou a média nacional.
Seguidas da Região Norte, as Regiões Centro-Oeste e Sul foram a segunda e a terceira maiores variações em volume, com crescimentos de 2,2% e 2,1%, respectivamente. Na Região Nordeste, por sua vez, o incremento foi igual à média brasileira (1,8%).
PIB per capita
O PIB per capita, que é a divisão do PIB pelo total da população, colocou o Amazonas na 13ª posição no país com um total de R$24.532,90. Em 2002, o estado tinha um PIB per capita de R$7.353,15 e ocupava a 9ª posição.
Na Região Norte, Rondônia registrou a maior posição (12ª), com razão de PIB per capita de 0,8 em 2018 (0,6 em 2002), e o Tocantins foi o Estado que mais avançou, saindo do 21º para o 15º lugar no período. Amazonas e Roraima, apesar de estarem em colocações superiores à do Tocantins em 2018, apresentaram redução da razão do PIB per capita ao longo da série, perdendo, assim, posições no ranking de valor corrente.
Entre os Estados de menor PIB per capita em 2018, Piauí e Maranhão ocuparam a 26ª e a 27ª posições, respectivamente. Abaixo da 20ª colocação no ranking de posição relativa, situaram-se, quase exclusivamente, os Estados da Região Nordeste, sendo o Acre, da Região Norte, a única exceção, ocupando o 22º lugar. O Distrito Federal foi a Unidade da Federação com a maior posição no ranking de participação no PIB em 2018.
Desempenho por atividades
A economia amazonense, que é relativamente concentrada no setor industrial devido à Zona Franca de Manaus, teve seu desempenho em volume influenciado sobretudo pelas Indústrias de Transformação, cuja variação foi de 8,8%, devido ao segmento de fabricação de produtos de informática e produtos eletrônicos.
A Agropecuária foi o único, entre os três grupos de atividades econômicas do Amazonas, com variação em volume negativa no Estado em 2018, com redução de 1,6%, justificada pela atividade de Agricultura, inclusive apoio à agricultura e à pós colheita, que teve decréscimo de 7,4%.
Entre os principais produtos da agricultura com queda em volume em 2018 no estado estiveram o dendê, o maracujá, o abacaxi e a mandioca. Destoando do comportamento médio da atividade, mamão e açaí tiveram aumento de produção no mesmo ano.
Em Produção florestal, pesca e aquicultura houve crescimento em volume de 6,3%, com destaque para a silvicultura de madeira em tora e para a extração de tucumã.
A Indústria amazonense cresceu 8,2% em volume e teve participação de 34,3% na economia do estado em 2018 (33,2% em 2017). Em Indústrias de Transformação, principal atividade deste grupo, o aumento em volume foi influenciado pela fabricação de equipamentos de informática, fabricação de outros equipamentos de transporte (exceto veículos automotores) e fabricação de bebidas.
Em Indústrias extrativas, houve variação em volume de 6,6%, em que a extração de gás natural teve papel destacado, enquanto a produção de petróleo reduziu-se. Também nas Indústrias extrativas, houve aumento em volume da extração de minerais metálicos não ferrosos, devido ao estanho.
As atividades de Eletricidade e gás, água e esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação e Construção também contribuíram para o desempenho industrial, com variações em volume positivas e iguais a 10,9% e 1,9%; respectivamente.
Os Serviços tiveram variação em volume de 3,8% no Estado do Amazonas, para o qual contribuíram principalmente as atividades de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (7,5%), Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares (7,5%) e Transporte, armazenagem e correio (7,6%).
No comércio, destacou-se o segmento varejista e o comércio de veículos. Nos serviços de transportes, por sua vez, o aumento foi impulsionado em grande medida pelo transporte dutoviário, atividade vinculada à indústria de extração de gás natural, que teve bom desempenho no estado em 2018. Por fim, em Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares, o aumento distribuiu-se entre as atividades jurídicas e os serviços de engenharia.
Saiba mais
O Sistema de Contas Regionais é metodologicamente integrado entre as unidades da federação e, portanto, comparável, no tempo e no espaço, atendendo à demanda por informações regionalizadas.