Da Redação |
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (30), em Manaus, a operação “Amor Fantasma”, destinada a repressão de possível crime de Caixa 2 eleitoral no Estado do Amazonas.
São investigados pela PF o ex-vice-governador do Amazonas, Henrique Oliveira (Podemos), e a sua ex-esposa, Adriana Mendonça (PROS).
Também são alvos da operação três empresas que possuem um mesmo sócio em comum, de acordo com a Polícia Federal.
Segundo apurado pela Polícia Federal, Adriana recebeu alta quantia em dinheiro de partido político, aproximadamente R$ 1,5 milhão, o qual foi repassado as empresas investigadas.
Foram apreendidos durante a ação os celulares dos envolvidos, computadores e documentos.
“O cumprimento do mandado de busca e apreensão visa identificar a prática delituosa, bem como angariar outros elementos indicativos de autoria e materialidade”, informou a Polícia Federal.
De acordo com a Polícia Federal, o nome da operação “Amor Fantasma” é uma alusão à relação conjugal entre os principais investigados.
Outro lado
Ouvido pelo ESTADO POLÍTICO, Henrique se disse surpreso como a notícia da operação.
“Na verdade, não fui alvo de operação da Polícia Federal. Até o momento desconheço tudo isso. O que sei é que houve operação da Polícia Federal com a minha candidata à deputada federal. Ela recebeu a Polícia Federal hoje pela manhã, foi feita busca e apreensão, e não encontraram nada, levaram apenas o celular dela. Eu sou um dos que mais quero que isso seja resolvido da melhor forma possível. Isso é apenas mais um capítulo da minha vida, pelas minhas posturas republicanas, que a gente cria muitos desafetos. Mas vida que segue”, disse Henrique, em mensagem de voz enviada à reportagem.
Segundo Henrique, até as 9h30 desta quarta, ele não havia sido comunicado de que também era alvo da operação e nem havia sito abordado em casa por agentes da Polícia Federal.
O político disse que todos os gastos feitos por Adriana foram legais e devidamente registrados em prestações de conta.
Eleição
Adriana Mendonça foi candidata a deputada federal pelo Pros, partido comandado no Estado por Henrique.
Mesmo com a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, Adriana recebeu do Pros R$ 3 milhões para custear despesas de campanha.
Concorrendo nessas condições, Adriana foi criticada por colegas do próprio partido, que estranharam o valor recebido por ela e pediram investigação.
Adriana concorreu amparada em um recurso. Mesmo sendo a candidata à deputada federal que mais recebeu recurso de fundo eleitoral, ela teve menos de 300 votos.
No site da Justiça Eleitoral, está declarado que ela gastou todos os R$ 3 milhões na campanha.
A Polícia Federal não divulgou os nomes das empresas investigadas no caso.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram viaturas da polícia na sede da Digital Comunicação. A empresa foi a que mais recebeu recursos da campanha de Adriana.
As outras duas empresas que mais prestara serviço para a candidata foram X Press de Comunicação Multimídia e 7 Comunicação e Serviços Empresariais.