MANAUS – Com a anunciada saída do Polo Industrial de Manaus (PIM), a PepsiCo vai demitir 51 funcionários de sua fábrica. O número de servidores demitidos foi confirmado pela assessoria da multinacional.
“Reconhecemos os impactos pessoais de decisões como esta. Estamos comprometidos a tratar nossos funcionários afetados com dignidade, respeito e apoio, e estamos oferecendo um pacote de indenização competitivo, além do suporte a recolocação”, informou a empresa em nota ao ESTADO POLÍTICO.
A saída da PepsiCo é um reflexo do decreto 9.394, de autoria do presidente Michel Temer (MDB), de maio deste ano, que reduziu a alíquota de 20% para 4% do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) do polo de concentrados. A medida foi, segundo o governo, uma compensação dos gastos com o subsídio do diesel, após a greve dos caminhoneiros.
No final de setembro, após forte pressão de políticos e empresários do estado, Temer publicou um novo decreto devolvendo parte dos incentivos em 2019. A partir de janeiro, o crédito de IPI gerado será de 12%, e de 8% no segundo semestre. A partir de 2020, o percentual voltaria a 4%. A medida foi considerada paliativa, além de transferir para o próximo presidente – Jair Bolsonaro (PSL) – a responsabilidade sobre a manutenção ou não dos incentivos.
A decisão de encerrar as atividades no PIM, segundo a assessoria da PepsiCo, não afeta outras operações da PepsiCo no país. Em números globais, a PepsiCo comercializa seus produtos em 200 países e território. Em termos de receita, a companhia possui 22 marcas que superam, cada uma delas, US$ 1 bilhão em vendas anuais no varejo.
A PepsiCo atingiu uma receita líquida superior a US$ 63 bilhões em 2015, o que faz da empresa não apenas uma gigante no setor de alimentos e bebidas, como também a 127ª colocada na lista Global Fortune 500, que reúne as maiores corporações globais em volume de receita.
“Tomamos a difícil decisão de fechar nossa unidade de fabricação de concentrados em Manaus (AM), com o objetivo de administrar eficientemente nossas operações em todo o Brasil e posicionar a empresa para um crescimento de longo prazo. Continuaremos comprometidos com o Brasil, assim como estivemos durante nossa longa presença no país”, conclui a nota divulgada pela assessoria da empresa.