O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pediu, nesta segunda-feira (27), uma extensão da trégua entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que possibilitou a libertação de uma parte dos reféns e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
“Faço um apelo para uma extensão da trégua, que nos permitirá prestar mais ajuda à população de Gaza e a libertação de outros reféns”, disse Jens Stoltenberg, em entrevista na sede da organização em Bruxelas.
Autoridade palestina
A Autoridade Palestina pediu hoje à comunidade internacional que pressione Israel como for possível para o prolongamento da trégua na guerra em Gaza, afirmando que a situação no território é catastrófica e é preciso “parar de contar cadáveres”.
“A situação em Gaza é intolerável, catastrófica, que temos de limitar e eliminar. Não há outro remédio a não ser acabar com a guerra, chegar a um cessar-fogo e trabalhar para ser permanente. Temos de parar de contar cadáveres, temos de proteger a vida de inocentes, 70% dos mortos em Gaza são crianças e mulheres.
Isso tem de parar”, afirmou o chefe da diplomacia da Autoridade Palestinana, Riyad al-Maliki.
Ele lembrou que nos últimos 50 dias, na operação israelense em Gaza para responder ao ataque do grupo Hamas em 7 de outubro, já morreram 14 mil civis. O território palestino sofreu ataques até há alguns dias, quando começou uma trégua que termina hoje à noite.
“Se a guerra continuar amanhã, o número [de mortos] será o dobro porque a concentração da população palestina agora é o dobro, está toda concentrada no sul da Faixa de Gaza”, disse Riyad al-Maliki, a jornalistas em Barcelona, durante encontro da União pelo Mediterrâneo (UpM), que reúne responsáveis pela diplomacia de países europeus e árabes.
Riyad al-Maliki disse ser “importante prolongar a trégua o maior tempo possível”, para salvar vidas e fazer entrar ajuda humanitária e abastecimento em Gaza. Acrescentou que todos estão trabalhando para estender a pausa na guerra, citando nesse esforço o Catar, os Estados Unidos, a União Europeia, Palestina e Espanha.
“Estender a trégua significa parar a matança e salvar vidas inocentes. Isso é o mais importante. É preciso fazer todo o esforço possível para conseguir”, afirmou.
Para o ministro palestino, há “uma oportunidade que acaba esta noite”. “Temos de ver como pôr a pressão necessária sobre o governo israelense para não voltar a matar inocentes e para que não continuemos a contar cadáveres”.
Para Riyad al-Maliki, a reunião de hoje em Barcelona, onde estão todos os países da União Europeia, a Comissão Europeia e mais 16 do Mediterrâneo, é também grande oportunidade para uma voz alta e forte que seja ouvida em todas as partes do mundo” e que diga “não à guerra, sim ao cessar-fogo e fim à matança de palestinos inocentes”.