MANAUS – Orçado em R$ 2,3 bilhões para o Estado do Amazonas, o hospital e pronto-socorro Delphina Aziz pode ter sido vendido em um negócio que não ultrapassa a casa dos R$ 200 milhões.
O negócio foi alvo de discussão na sessão da CPI da Saúde de sexta-feira (14) pelo deputado Serafim Corrêa (PSB). A compra foi divulgada pelo portal UOL em uma matéria publicada no final de maio. Leia aqui.
A CPI aprovou um requerimento pedindo do Governo do Amazonas explicações sobre o negócio, uma vez que não se sabe se o Estado atuou ou foi informado sobre a venda.
Um dos pontos que chamam a atenção é que o grupo empresarial que construiu a unidade vai receber do Estado, pela obra, ao final de um contrato de 20 anos, R$ 2,3 bilhões. Os deputados querem saber como uma obra orçada nesse valor pode ter sido vendida por tão pouco.
Segundo a matéria do UOL, que não cita fontes, o grupo que comprou o Delphina adquiriu também outra unidade hospitalar, em Belo Horizonte. Os dois hospitais teriam custado R$ 200 milhões.
“Na melhor das hipóteses, o Delphina foi vendido por R$ 100 milhões”, disse Serafim.
O grupo espanhol Abengoa foi o responsável pela construção do Delphina. O projeto do hospital é da gestão de Omar Aziz (PSD) e foi inaugurado parcialmente na gestão de José Melo, em 2014.
Desde então, o estado paga ao grupo Abengoa R$ 172 milhões por ano pela obra. E o prazo para que o hospital enfim seja totalmente do Estado é de 20 anos.
A matéria do UOL afirma que a compra foi feita pelo fundo de private equity IG4, por meio de sua empresa de saúde OPY Health.
Ainda segundo a matéria, o grupo Abengoa está em recuperação judicial.
O site pediu uma nota do Governo do Amazonas. A matéria será atualizada em caso de resposta.