MANAUS – O vereador de oposição, Chico Preto (PMN), pediu durante discurso na tribuna da CMM (Câmara Municipal de Manaus) na quarta-feira (2), que o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), se distancie da investigação da Polícia Civil sobre a morte do engenheiro Flávio Rodrigues. O líder do prefeito na Casa, vereador Marcel Alexandre (MDB), pediu “silêncio”.
Flávio Rodrigues foi visto pela última vez na casa da primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko, onde mora seu filho, Alejandro Valeiko. A residência fica localizada no condomínio Passaredo, no bairro Ponta Negra. O corpo do engenheiro foi encontrado em um terreno no Tarumã, também na zona Oeste, na tarde de segunda-feira, 30.
“O mandato dado pelo povo, o cargo de prefeito municipal de Manaus, não deve ser utilizado para criar embaraços, obstáculos, estorvos que empeçam a Polícia Civil do estado do Amazonas de apontar a verdade nesse episódio que culminou na morte de Flávio Rodrigues. Não é digno para com a cidade, não é digno para com esse parlamento, não é digno que se misture o público com o privado. O que a sociedade quer é que a polícia passe a limpo e que o culpado seja encontrado e responda pelos seus atos”, disse Chico Preto.
O prefeito de Manaus, Arthur Neto, marido de Elisabeth, usou as redes sociais para defender o enteado. O chefe do poder executivo declarou que a residência foi invadida por homens encapuzados que levaram Flávio. Segundo Arthur, Flávio teria relação com o tráfico de drogas. A família da vítima repudiou as declarações do prefeito e promete acionar a Justiça.
“Há sofrimento em ambos os lados, mas há uma hora em que o privado não pode suplantar o público. Meu apelo ao prefeito de Manaus: foque na cidade e na competência que o povo lhe deu e deixe que a polícia faça o seu papel”, concluiu o vereador de oposição.
Marcel Alexandre, líder do prefeito tucano da CMM, disse que essa é uma questão familiar e que merece ser respeitada.
“Eu acho que quando acontece de uma vida ser ceifada o melhor é o silêncio do respeito e da honra. Eu acredito que a quebra do silêncio ontem foi em detrimento do fato que se falava da primeira-dama. Não se falava que foi a fulana de tal, o cargo, a representatividade política veio na esteira. Eu acredito que esse apelo social, midiático, obrigou o prefeito a falar alguma coisa. Temos que confiar que a polícia e a justiça se manifestem e deem o resultado. Mas eu faço um apelo para que todos nós mantenhamos o silêncio do respeito pela vida da vítima”, declarou Marcel.