MANAUS – Vinte e oito pessoas foram presas no Amazonas, durante a operação “Afronte ao Auxílio”. Tratam-se de pessoas com mandados de prisão em aberto e que mesmo assim se cadastraram para receber o Auxílio Emergencial do governo federal. A informação foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
Conforme a SSP-AM, as investigações começaram após envio de uma lista com nomes suspeitos pela Controladoria Geral da União (CGU). Os mandados de prisão começaram a ser cumpridos em Manaus, desde a segunda-feira da semana passada.
Foram cumpridos 32 mandados judiciais que estavam em aberto e que resultaram na reclusão de 28 suspeitos de crimes. Havia indivíduos com mais de um mandado judicial de prisão. Nesta primeira fase da operação, foram cumpridos mandados relativos aos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e tráfico de drogas. Dos 28 presos, 15 eram homicidas. O trabalho está sendo coordenado pela SSP-AM e as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
O secretário da SSP-AM, Louismar Bonates, explicou que a CGU enviou uma lista com mais de 550 nomes de pessoas que poderiam ter recebido o auxílio indevidamente. “Destes, foram comprovados 321 irregularidades e vários estão em investigação. É um absurdo que essas pessoas envolvidas com o crime tenham buscado receber o auxílio e nós estamos aqui para dar apoio à Controladoria, para que o dinheiro seja devolvido”, afirmou.
Conforme o secretário, como o volume de benefícios é muito grande, muitos se aventuram a burlar as regras para receber o auxílio indevidamente. “Estamos procurando dar celeridade à verificação das pessoas que receberam de forma irregular”, disse Bonates.
A delegada-geral da PC-AM, Emília Ferraz, informou que a operação vai continuar e a polícia segue nas ruas diuturnamente. “Fizemos uma triagem a partir dos dados que recebemos e já prendemos 28 pessoas, cumprindo 32 mandados de homicídio e narcotráfico contra essas pessoas que receberam o auxílio federal. Começamos a cumprir os mandados e as informações serão encaminhadas à Polícia Federal”, explicou.
De acordo com a CGU, o objetivo do trabalho foi coibir o pagamento indevido do Auxílio Emergencial a criminosos. Além de serem recolhidos para cumprir pena pelos delitos já cometidos, eles devem responder, ainda, por falsidade ideológica e estelionato. Operações semelhantes já ocorreram em quatro estados brasileiros: Paraná, Rondônia, Goiás e Paraíba.
Participam da operação grupos especiais da Secretaria de Segurança e da Polícia Civil, como o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc).