Da Redação |
Em coletiva na sede da Polícia Federal, o delegado federal Marcelo Uchoa afirmou que a Operação “Dente de Marfim”, deflagrada nesta quinta-feira (22), não é um desdobramento da Operação “Entulho”, apesar do modus operandi ser o mesmo: emissão de notas frias para ocultar receitas das empresas investigadas.
“É uma nova operação, apesar das empresas utilizarem o mesmo modus operandi”, disse o delegado. A Operação “Dente de Marfim” mira a empresa Mamute, que operou no serviço de coleta de lixo nas gestões do ex-prefeito Arthur Neto e do atual prefeito de Manaus David Almeida (Avante).
A investigação apura supostos crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção.
A operação mobiliza 70 policiais federais, que cumprem 16 mandados de busca e apreensão, contra 34 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 30 milhões dos investigados.
A PF não divulgou os nomes dos investigados.
“O que posso dizer aos senhores é que essa empresa foi contratada inicialmente em 2016, em um processo sem licitação. E perdurou no poder, na execução do serviço, a partir de uma decisão judicial de uma desembargadora hoje já aposentada compulsoriamente. Naquela época foi verificado nesse relatório da Receita Federal que várias outras empresas emitiam notas fraudulentas em favor da empresa investigada (Mamute), assim como um escritório de advocacia, que supostamente prestava serviço de consultoria jurídica”, disse o delegado.
Na coletiva, o delegado reforçou a informação de que há indícios de vantagem indevida para gestor da Semulsp.
“Mesmo após a passagem da gestão municipal, essa empresa se manteve contratualmente, executando esse serviço de limpeza. E nós identificamos, a partir de diligências que foram realizadas ao longo desses anos, troca de favores, nomeações de parentes da empresa na secretaria municipal (Semulsp), além de haver indícios de pagamento de vantagem indevida ao gestor da secretaria”, completou o delegado.