MANAUS – Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirma que enquanto presidir o colegiado não vai permitir nele a votação da criação de uma nova zona franca no Brasil.
Questionado pela reportagem do ESTADO POLÍTICO, nesta quarta-feira (4), sobre a intenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de criar uma zona franca na Ilha de Marajó, no Pará, Omar disse não há lógica em se criar uma nova zona franca na Amazônia porque a intenção já expressada publicamente pela equipe econômica do governo é de acabar com os modelos de incentivos fiscais.
O senador, no entanto, disse que precisa conhecer como seria a proposta de Bolsonaro na prática. Se a proposta for nos moldes da Zona Franca de Manaus, ele alertou que será ruim para o Amazonas.
“A Amazônia já tem uma zona franca consolidada. O Brasil não comporta uma outra zona franca, seria uma luta desigual, nós [Amazonas, com a ZFM] perderíamos competitividade rapidamente”, explicou.
“Mas, me reservo a esperar a proposta real do que ele está falando, sobre o tipo de produtos que ele pretende colocar na Ilha de Marajó. O custo [logístico] da saída pelo Pará é muito mais barato no escoamento da produção do que pelo Amazonas, isso é de conhecimento de todos”, lembrou.
“Mas, o que nós vemos hoje por parte da equipe econômica é que ela tenta diminuir os incentivos da Zona Franca de Manaus. Então é meio complexa essa posição do presidente, porque se a equipe dele está tentando acabar com a Zona Franca de Manaus, por que criar uma nova zona franca na Amazônia?”, indagou.
“Pela prática da equipe econômica e pelos pensamentos do ministro Paulo Guedes, ele tenta de todas as formas acabar com a Zona Franca de Manaus, então não tem lógica querer criar uma nova zona franca no Brasil”, afirmou.
Para o senador, o governo deveria fortalecer o modelo que já está consolidado.
‘Não vou permitir’
Na CAE do Senado, há seis pedidos de criação de zonas francas no País, segundo Omar, entre os quais os que preveem uma no Maranhão, uma em Goiás e até em Brasília. “Uma proposta inclusive no Espírito Santo, onde tem um porto de escoamento muito grande”, completou.
“E a gente não tem votado e nem eu vou permitir que seja votada nenhuma criação de zona franca enquanto eu for presidente da CAE”, declarou.