MANAUS – O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta segunda-feira (24) que se o ex-ministro Eduardo Pazuello voltar a mentir durante seu depoimento na comissão, sem um habeas corpus preventivo, sairá do Senado “algemado”. A declaração foi dada em entrevista ao portal UOL.
Questionado pelo jornalista Josias de Souza que “se aparecer um outro mentiroso” ele daria voz de prisão ao interrogado, Omar respondeu: “Não tenha dúvida que sairá preso de lá, eu chamarei a Polícia do Senado e sairá preso”.
O senador, que durante a primeira semana de depoimentos afirmou que não era carcereiro ao negar o pedido de prisão do ex-secretário Fabio Wajngarten, disse que “agora é outro momento”. “Ou você tem uma estratégia de conduzir, ou você não tem”.
Ao longo de dois dias, na semana passada, Pazuello se contradisse várias vezes, como no caso da compra da vacina Coronavac. O presidente Jair Bolsonaro disse publicamente que mandou o então ministro não assinar o contrato de compra do imunizante e, também publicamente, Pazuello declarou que obedeceu a ordem do chefe.
Aos senadores, apesar dos registros em vídeo de ambas as falas e do desenrolar do processo de compra que já tinha sido anunciado em reunião com governadores (que não andou após o episódio), Pazuello disse que oficialmente não foi comunicado pelo presidente para cancelar a compra, isentando Bolsonaro de culpa.
Omar Aziz disse que em diversas ocasiões Pazuello construiu uma narrativa alternativa aos fatos. O senador ressalvou na entrevista ao UOL que só poderá mandar prender Pazuello caso ele não tenha um habeas corpus preventivo que impeça isso.
“Eu não posso afirmar que ele será preso… agora, se ele tiver um habeas corpus, eu não vou poder prendê-lo. Manda ele sem um habeas corpus lá! Ele não vai brincar mais com a CPI e com a população brasileira. Ele não vai tirar essa graça”, afirmou.
Josias insistiu. Questionou sobre a possibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) não conceder um novo habeas corpus e, nesse caso, Omar respondeu: “Se mentir, sairá algemado de lá”.
Pazuello será reconvocado ainda nesta semana a prestar depoimento na comissão. Neste domingo (23) ele, um general do Exército da ativa, participou de um ato político em apoio ao presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, o que é proibido pela legislação militar.
A participação do general na “motociata” deve ser motivo de vergonha para o Exército, disse Omar Aziz. O senador afirmou que o ato, com grande aglomeração de pessoas, será alvo de investigação da CPI, uma vez que o Governo do Rio de Janeiro tem decretos que proíbem a aglomeração de pessoas. O governador Cláudio Castro será convocado a se explicar, uma vez que não tentou desmobilizar a aglomeração. Pelo contrário, ele autorizou que houvesse escolta da tropa da Polícia Militar.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado – 19/mai/2021
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