MANAUS – Durante discurso no plenário da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado) nesta segunda-feira (4), o deputado estadual Josué Neto afirmou que o senador Omar Aziz, presidente estadual do PSD, lhe negou a permissão para deixar a legenda de forma amigável.
“Não posso me desfiliar do PSD por questões de legalidade, não posso me desfiliar do PSD porque o próprio partido, que tem o comando do senador Omar Aziz, não permite que eu saia do PSD. Não existe essa possibilidade”, disse Josué, que na sexta-feira, 1º, anunciou que não será candidato a prefeito em 2020.
A tentativa de sair do PSD fazia parte do projeto do presidente da ALE-AM em ser candidato a prefeito de Manaus em 2020. Josué tentava mudar para o PTB. No entanto, para trocar de sigla sem correr o risco de perder o mandato, precisava da anuência de Omar.
O entendimento da Justiça eleitoral atualmente é de que o mandato é do partido.
No caso do PSD, a suplente do mandato de Josué é a ex-primeira-dama do Estado e esposa do senador, Nejmi Aziz. Caso Josué perdesse o mandato, ela assumiria.
Segundo ele, há 7 meses iniciou uma série de conversas com Omar Aziz com o objetivo de deixar o partido na base do diálogo.
“De abril para cá já são 7 meses aguardando, dialogando, com muita paciência, com muita tranquilidade, sem nenhuma crítica, mas a crítica fica por conta da opinião de cada um que está ouvindo. Venho conversando desde o dia 7 de abril. Naquela ocasião, tive uma conversa com o senador Omar Aziz. Expliquei ao eminente senador a minha vontade de assumir um novo partido, de me desfiliar do PSD por uma razão muito simples, histórica e de técnica política, que é a liberdade em poder formular composições”, detalhou Josué.
Durante o discurso, o presidente da ALE-AM destacou que ao longo da história política amazonense, aqueles que foram eleitos governadores ou prefeitos possuíam o comando de suas legendas. E lembrou que a mesma situação que lhe foi imposta por Omar já foi aplicada a outros políticos do PSD, como é o caso do ex-deputado David Almeida.
“Em 2017, o então governador tampão, que era o deputado David Almeida, também não pôde ser candidato exatamente porque estava preso à mesma sigla da qual estou preso hoje. Então, pela mesma forma que o deputado David Almeida não pôde ser candidato, estou me antecipando a não ser candidato”, afirmou o deputado.