MANAUS – Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (3), o senador e presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), admitiu a possibilidade da comissão ir além do que o plano de trabalho prevê e até ouvir governadores.
Na resposta sobre o assunto, Omar citou o Amazonas como exemplo, apontando um tema controverso entre governo estadual e federal, com versões divergentes sobre o momento exato em que ficaram sabendo do risco de faltar oxigênio nos hospitais.
“Caso específico que um governador ou outro tenha que esclarecer alguma coisa, principalmente a utilização de verbas federais, é lógico, e aí não tem como não. Por exemplo: o Estado do Amazonas. Há uma narrativa do ministro da Saúde na época [Eduardo Pazuello] sobre a falta de oxigênio, há uma narrativa do secretário de Saúde do Estado [do Amazonas, Marcellus Campêlo], e há uma narrativa da White Martins que tinha comunicado que iria faltar oxigênio no Estado do Amazonas. Como não esclarecer isso se o escopo da CPI é baseado nessa gravidade que aconteceu no Estado do Amazonas?”, disse o senador.
Omar ressaltou que o plano de trabalho do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB), contempla sim os fatos ocorridos em Manaus, e que o plano não será necessariamente seguido à risca.
“Em relação ao plano de trabalho, o escopo da CPI fala em investigação no que aconteceu no Estado do Amazonas. Quando se criou a CPI pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede), ele fala em investigar governo federal e o que aconteceu no Estado do Amazonas. O Amazonas, Manaus, são sim objetos da investigação. […] A CPI é muito dinâmica, uma pessoa sendo ouvida puxa a outra. [Convocação de governadores] se for para contribuir sim, não vejo problema. Todo mundo tem o direito de dar contribuição”, comentou.
O senador lembrou ainda que se a investigação chegar a identificar algo contra algum governador ou prefeito, caberá às Assembleias e Câmaras a tarefa de tomar providências contras os gestores, não a CPI.
“E se houver alguma coisa contra, não é uma CPI do Congresso que vai tomar providência contra algum governador. Até porque, quem toma providência contra governador são as Assembleias Legislativas, e contra os prefeitos são as câmaras municipais”, afirmou Omar.
Veja abaixo a resposta na íntegra: