MANAUS – Contrariado pela apresentação de um novo pedido de CPI que desidratou o pedido apresentado por ele e Dermilson Chagas (PODE), o deputado oposicionista Wilker Barreto (PODE) reagiu nesta terça-feira (6) na sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). “O que querem criar hoje aqui na Assembleia não terá a minha assinatura”, disparou.
Wilker se referia ao pedido apresentado por Delegado Péricles (PSL), que foca na crise do oxigênio, ocorrida em janeiro deste ano durante a segunda onda da Covid-19. A CPI proposta por Péricles teve adesão imediata de Serafim Corrêa (PSB) e Sinésio Campos (PT), enquanto que a CPI da oposição, mais ampla, ficou dependendo de uma assinatura para começar a tramitar.
Apesar de ter assinado o requerimento, Péricles afirmou que a CPI proposta por Wilker e Dermilson não delimita o objeto a ser investigado, por se ampla demais. Em razão disso, justificou a apresentação de um novo pedido, tendo como fato determinado a falta de oxigênio.
“Uma CPI que entra agora às 10 horas da manhã para investigar apenas um dos itens do colapso que passou o Amazonas, que foi o oxigênio. É uma CPI governista, uma CPI que não vai adentrar nos contratos, que não vai adentrar no abandono dos contratos do interior, como a CPI que o deputado Péricles é coautor junto comigo e Dermilson, que é a primeira, e aí que está”, disse.
“A proposta minha, do deputado Dermilson e do deputado Péricles apura a pandemia, que é um exercício de 12 meses. O contrato do aluguel do hospital Nilton Lins ninguém quer investigar, não? Omissão e negligencia administrativa na abertura de novos leitos, ninguém quer investigar, não? Isso aqui não é fato concreto, deputado Péricles? Falta de transparência aos órgãos de controle e a sociedade sobre as medidas de enfrentamento à pandemia, isso não é fato concreto? Gastos com publicidade em detrimento à saúde não é fato concreto?”, questionou Wilker.
“Aí, a CPI do Péricles quer investigar só aquilo que o Brasil e o amazonas já sabem. A crise do oxigênio já está bastante adiantada no Senado. A CPI do Senado já está apurando a questão da crise do oxigênio. O vosso pedido não entra em nenhum contrato. Um pedido que entra às 10 horas da manhã, eu não assino. Não assino uma CPI que tira da relatoria o Podemos. Uma CPI que esta Casa falta com o respeito com o povo em não apurar os milhões que pertencem aos contribuintes fazer uma CPI para apurar apenas um dos itens para a crise instalada no Amazonas. Isso é faltar com o respeito com o povo. É uma CPI governista. Eu preciso alertar o povo do Amazonas”, completou.
Ao fim dos embates, Wilker e Dermilson condicionaram adesão à nova CPI a um aditamento para que contratos do governo durante a pandemia sejam investigados. Eles já não acreditam que a CPI proposta por eles terá a assinatura que falta para tramitar, o que garantiria a Dermilson a presidência ou relatoria.
Investigação da PF
O contrato do Hospital Nilton Lins, que funcionou como hospital de campanha nos ápices da pandemia em Manaus, já é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) na quarta fase da operação Sangria.
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