MANAUS – Os 57 presos mortos em menos de 48 horas em quatro presídios do Amazonas supera o número de vítimas na chacina do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) de 2017, considerada até então o pior massacre do sistema carcerário do Amazonas, com 56 detentos assassinados.
No domingo (26), somente no Compaj foram encontrados 15 presos assassinados após uma briga. As mortes dos detentos aconteceram nas quadras e dentro das celas, com uso de estoques (feitos com escovas de dente) e também por enforcamento.
Nesta segunda-feira (27), durante as intervenções no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1), Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), nesta segunda-feira (27), foram encontrados 42 detentos mortos, todos com indícios de morte por asfixia.
Em 1º de janeiro de 2017, o país iniciou o ano com a notícia da chacina de 56 detentos, que ficou conhecida como “Massacre do Compaj”, provocado pela briga entre as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), originária de São Paulo, e a Família do Norte, do Amazonas. A maioria dos mortos pertencia ao PCC.
Intervenção
Após a chacina nos presídios do Amazonas, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, anunciou nesta segunda-feira (27), que mandou para o estado uma equipe de intervenção. A informação foi divulgada pelo governador Wilson Lima (PSC), que conversou com o ministro pelo telefone.
Apuração
A Seap, de acordo com o governo, já iniciou investigações para identificar os responsáveis pela ocorrência deste domingo. As mesmas medidas serão tomadas em relação às mortes registradas nesta segunda-feira. Os resultados destas apurações serão encaminhados à Justiça. A secretaria também vai adotar medidas disciplinares nos presídios, a exemplo do que já fez no Compaj.