Da Redação |
Estudo publicado nesta quinta-feira (7) pela Rede de Observatórios da Segurança mostra que 92,6% das pessoas mortas, em 2023, decorrentes de intervenção policial no Amazonas eram negras.
Os dados do boletim Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão, que está na quinta edição, foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) em nove estados. Em todos eles, o padrão é de uma proporção muito alta de pessoas negras mortas por intervenção do Estado: Amazonas (92,6%), Bahia (94,6%), Ceará (88,7%), Maranhão (80%), Pará (91,7%), Pernambuco (95,7%), Piauí (74,1%), Rio de Janeiro (86,9%) e São Paulo (66,3%).
O Amazonas se junta ao Pará e passa a fazer parte dos estados da região Norte monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança.
Em seu primeiro ano de análise, os dados mostram uma mudança na distribuição territorial da letalidade provocada pela polícia.
Em 2022, a capital concentrava 61,6% dos casos; no ano seguinte, 54,2% das vítimas estavam nos municípios do interior, com destaque para Rio Preto da Eva, cidade que tem menos de 1% da população amazonense, mas acumula 15,3% dos óbitos.
E, seguindo o padrão que o boletim evidencia em cada região, 92,6% das pessoas mortas decorrentes de intervenção do Estado eram negras, desconsiderando os casos não informados, sendo a juventude a parcela da população mais afetada, com 69,5% das vítimas tendo entre 12 e 29 anos.
Amazonas reduziu letalidade policial em 40,4%, aponta estudo
Os dados do boletim Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão destacam que, entre 2022 e 2023, houve uma redução de 40,4% da letalidade policial no Amazonas.