MANAUS – Publicação nos Stories do Instagram da deputada estadual Nejmi Aziz (PSD), na noite de sexta-feira (16), acusa, sem citar nomes, parlamentares de tramarem a queda do governador Wilson Lima (PSC), e que estes deputados “são os mesmos que tem contratos milionários [com o governo]”.
“Essa agora. Tem deputados se articulando para derrubar o governador? E olha que são os que têm contratos milionários!!!”
A publicação foi feita por volta das 22h. Mas em seguida foi deletada.
A manifestação da parlamentar pode ter relação com a nota publicada no mesmo dia pela ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas) em apoio à conselheira do TCE-AM (Tribunal de Contas do Estado do Amazonas), Yara Lins, que é mãe do deputado estadual Fausto Junior (MDB).
A nota classifica as investidas do senador Omar Aziz (PSD), esposo de Nejmi, contra a conselheira e o filho deputado de “ataques”. E faz uma defesa da biografia da conselheira.
Apesar ser uma publicação institucional, os deputados não foram consultados sobre a nota, o que irritou muitos parlamentares, entre eles Nejmi.
Entenda o caso
Omar Aziz ingressou na terça-feira (13) com uma notícia-crime contra a conselheira Yara Lins junto à Procuradoria Geral da República (PGR).
O senador pede a abertura de um inquérito. O documento também foi encaminhado à Polícia Federal (PF), à Receita Federal do Brasil (RFB) e à Controladoria Geral da União (CGU).
Na peça, o senador detalha denúncias que ele já havia sinalizado fazer durante a CPI da Pandemia – Omar preside a comissão do Senado.
Além de Yara Lins, constam como envolvidos membros da família da conselheira, inclusive o deputado Fausto Júnior (MDB), e um advogado dela.
No documento, Omar relata ao procurador-geral Augusto Aras que membros da família de Yara e Fausto “possuem um patrimônio incompatível com os seus ganhos financeiros e vários bens que vêm sendo ocultados e subfaturados com intuito de burlar o fisco”.
“Ademais, vários de seus parentes trabalham no Tribunal de Contas, caracterizando claramente nepotismo”, acrescentou.
Em nota, Yara classificou como perseguição política e tentativa de intimidação a notícia-crime apresentada pelo senador contra ela, filhos, irmão e um advogado.
Yara Lins afirma que a denúncia de Omar é uma “perseguição política, vazia de fundamentos jurídicos, baseada em uma narrativa fantasiosa de declarações e suposições de documentos incorretos, incompletos e de origem incerta”. O objetivo seria macular a sua imagem.
A conselheira informou que está tomando as medidas judiciais cabíveis ao caso. “Defenderei minha honra e continuarei firme na minha atuação, fiscalizando o mau uso do dinheiro público de forma implacável”, afirmou.
“Retidão é a palavra que define os meus 46 anos de vida pública. Nesses anos, combati a corrupção e a má gestão, sempre de forma a atender a legislação e os princípios da administração pública”, destacou Yara.
“Como mulher, nascida numa geração com ainda mais preconceitos que a atual, estou habituada a provar a qualidade e a correção das minhas condutas profissionais, e graças a elas alcancei, pela primeira vez na história da instituição a qual sirvo, a mais elevada cadeira, a de Conselheira e, ainda, a Presidência”, acrescenta.
“Mais uma vez travo batalhas e, como mãe de família e cristã, não me intimido. Tenho a consciência limpa, com plena confiança na justiça divina e do meu país”, completa.