MANAUS – O novo superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Alfredo Menezes, afirmou na manhã desta segunda-feira (18) que não recebeu do governo federal a missão de desmantelar a autarquia e que não é “maluco” de defender o fim do modelo econômico da ZFM.
“O que comentei foi o seguinte: qual é a atribuição da Suframa? É, dentro daqueles setores que ela tem, buscar desenvolver o nosso pólo. Essa é a diretriz que recebi. Por outro lado, também, isso é outra situação, não tem nada a ver com a Suframa, gostaríamos de participar de conversações, que sei que estão ocorrendo, com relação a alternativas que possam também ampliar a nossa economia. Mas não que vá substituir uma cosia pela outra. Longe disso. Não sou maluco”, disse Menezes, durante entrevista à rádio Tiradentes.
Menezes afirmou que sua proposta de trabalho na Suframa tem dois objetivos claros neste momento: tornar a autarquia independente financeiramente, acessando recursos contingenciados pelo governo federal; e trazer novamente para Manaus o processo de liberação do Processo Produtivo Básico (PPB), que é o documento necessário para que as empresas que desejam produzir no polo consigam as isenções fiscais oferecidas pelo governo federal. Atualmente isso ocorre em Brasília e chega a demorar até quatro anos. A lentidão é uma das principais reclamações do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam).
“Primeiramente é o fortalecimento do modelo, da Suframa. Estamos buscando e conversamos muito sobre isso, com relação ao descontingenciamento, uma autonomia financeira para descontingenciamento de recursos da Suframa, para que a gente possa fazer investimento em infraestrutura, logística, e também interiorização de desenvolvimento regional. E isso recebi como determinação. Não só no estado do Amazonas, mas em todos os estados da nossa área de influência. E essa autonomia foi tirada do nosso superintendente, porque ela tinha até o ano de 2002. Até o ano de 2002 a Suframa realizava várias obras, projetos”, declarou o superintendente.
“Outro ponto que discutimos bastante foi com relação à otimização do PPB. O que a gente quer? O PPB hoje tem 120 dias para ser aprovado, é uma lei que regula isso, só que ela não é cumprida. E isso nós perdemos competitividade. Eu tenho o compromisso da equipe do nosso ministério de que a gente possa alterar e trazer o PPB para a Suframa, como era antigamente”, completou Menezes.
Demonização
O superintende fez ainda uma defesa do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente Jair Bolsonaro. Para ele, quem afirma que ambos não têm interesse na manutenção do modelo da ZFM busca apenas holofotes e ainda não desceu do palanque.
“Tudo vai ser mantido conforme o presidente prometeu em campanha. Não vi, e deixo isso muito claro para todos, em nenhum momento, tanto por parte do ministro Paulo Guedes, tanto por parte do secretário (Carlos) Alexandre da Costa (secretário Geral de Produtividade e Competitividade), nenhum movimento com relação a trazer nenhum prejuízo ou benefício para a nossa região. O que eu percebi, aqui na nossa região, no nosso estado, foi vários movimentos de pessoas tentando tirar proveito de alguma coisa, e colocando uma certa demonização em cima do ministro e também do nosso presidente, isso sim, para ganhar algum protagonismo local”, declarou Menezes.
Menezes afirmou ainda desconhecer alguma resistência da bancada federal do Amazonas com relação a sua nomeação. E para ele, se o seu nome tivesse que passar por um crivo de políticos locais, teria que ser das bancadas de todos os estados da área de influência da Suframa.
“Com certeza, há forças de algumas pessoas, que tiveram seus interesses colocados de lado. Mas eu acho que uma palavra que temos que utilizar nesse momento é respeito. A gente tem que respeitar as coisas. Então, acho que as pessoas têm que agora acalmar os ânimos. Já tem uma decisão. As ilações a gente respeita. Mas existe um processo. Nada foi feito sem nenhum rito. O rito todo está sendo cumprido. O que nós queremos é a liberdade de trabalharmos e, juntamente com a sociedade, mais o apoio do Legislativo, do governo, trabalharmos em prol do Amazonas e da nossa região”, disse o superintendente em outro trecho da entrevista, que foi realizada pelo radialista Ronaldo Tiradentes.