MANAUS – Após reunião em Brasília com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou na tarde desta terça-feira (15) que o estado precisa buscar alternativas econômicas ao modelo Zona Franca de Manaus (ZFM).
“Não podemos viver só da Zona Franca de Manaus, que é intocável, mas precisamos desenvolver outras matrizes. Hoje há um descompasso, com 88% das atividades (econômicas) concentradas no Polo Industrial de Manaus e só 12% nos outros municípios”, disse Wilson Lima em matéria divulgada pela Secretaria de Comunicação do Governo (Secom) após a reunião.
Segundo a Secom, Paulo Guedes afirmou durante a reunião que não fará alterações no Decreto 9.682/2019. Visto como um banho de água fria nas esperanças locais de que a ZFM seria poupada da política econômica de Guedes, o decreto condiciona as renúncias fiscais para as empresas que estão nas áreas da Sudam (Amazônia) e Sudene (Nordeste) ao crescimento do orçamento federal.
Na prática, também, o Decreto 9.682/2019 frustra os efeitos da Lei nº 13.799, de 3 de janeiro de 2019, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que garante a prorrogação até 2023 de benefícios fiscais para empresas instaladas na Amazônia e no Nordeste.
Apesar da negativa do superministro de Bolsonaro para uma das principais pautas do governador do Amazonas para a reunião, Wilson classificou o encontro como “positivo”. Isso porque, segundo a Secom, Guedes se comprometeu com a manutenção dos empregos existentes no Polo Industrial de Manaus (PIM) e em apoiar o desenvolvimento de novas atividades econômicas.
“Há do ministro o comprometimento de que os empregos que são gerados pelo PIM não serão afetados, mas que é importante que a gente comece a explorar novas matrizes econômicas e garantir a geração de novos empregos”, disse o governador em outro trecho da matéria divulgada pela Secom.
No acumulado de 2018, até outubro, o Polo industrial de Manaus (PIM) faturou, segundo a Suframa, R$ 76,69 bilhões, o maior faturamento da série histórica em moeda nacional, superando, inclusive, o montante atingido no mesmo intervalo em 2014 (R$ 71,89), pouco antes do início da crise econômica. Em outubro de 2018 foi registrada a marca de 87.228 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados.
A agenda do governador em Brasília também contemplou reuniões com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com a diretoria do Banco do Brasil e com Carlos Alexandre Costa, titular da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), órgão ao qual a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) passou a ser vinculada com a criação do Ministério da Economia.
“Foram encontros muito positivos, começando com a Sepec, onde está a Zona Franca, e onde tivemos o comprometimento de agilizar PPBs (Processos Produtivos Básicos), que deviam durar 120 dias e hoje demoram até dois anos. Fomos ao Banco do Brasil, que se mostrou solícito em ajudar o Amazonas em alguns segmentos econômicos, principalmente sul do estado, e reunimos com o ministro Onyx, que é muito sensível à desburocratização e em agilizar a pavimentação da BR-319”, afirmou Wilson por meio da assessoria.
No acumulado de 2018, até outubro, o Polo industrial de Manaus (PIM) faturou, segundo a Suframa, R$ 76,69 bilhões, o maior faturamento da série histórica em moeda nacional, superando, inclusive, o montante atingido no mesmo intervalo em 2014 (R$ 71,89), pouco antes do início da crise econômica. Em outubro de 2018 foi registrada a marca de 87.228 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados.