MANAUS – O secretário estadual de Fazenda, Alfredo Paes, afirmou na manhã desta quinta-feira (13) que não é “da noite para o dia” que se implanta um sistema de pagamento de fornecedores do estado transparente e que siga ordem cronológica.
“A ordem cronológica de pagamentos, nós estamos trabalhando para implantar. Não pode ser da noite para o dia. A gente já descentralizou o controle dos recursos federais nas secretarias. Exemplo: Fundeb quem cuida é a educação, saúde cuida da parte do SUS e estamos trabalhando a parte do tesouro. As declarações dele (Alexandre Jabur), acredito, se referiram ao passado. A partir de outubro (de 2017), nós começamos fazer um trabalho de saneamento de todos esses problemas”, disse o titular da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), durante sua chegada à reunião do Codam.
A declaração do secretário foi sobre as afirmações do procurador da República Alexandre Jabur, responsável pela operação Maus Caminhos, de que o atual governo não manifestou interesse em melhorar a transparência e o controle dos pagamentos feitos pela Sefaz. Para o procurador, como está, a secretaria é uma porta aberta para a corrupção, a exemplo do que ocorreu na Maus Caminhos.
Esse é um caso em que a porta da corrupção se escancara, na medida em que grande parte dos problemas que tivemos aqui na operação Maus Caminhos, mas não os únicos, foram em decorrência dessa ausência de transparência no pagamento de fornecedores, que acaba gerando pedidos de propina e a troca de favores de forma indevida”, declarou Jabur, na terça-feira (11).
O procurador disse, sem citar nomes, que não é raro fornecedores do estado procurarem o MPF para denunciar que só recebem pagamentos do governo mediante pagamento de propina ou favores. Empresários presos e denunciados na investigação também afirmaram o mesmo em depoimentos.
“Trocando em miúdos, muitas vezes o fornecedor é obrigado a pagar uma propina a um agente corrupto para poder receber aquilo que ele já deveria ter recebido do estado do Amazonas”, comentou o procurador.