MANAUS – Uma eventual fusão partidária entre PP, DEM e PSL reuniria no Amazonas um grupo heterogêneo de lideranças políticas, o que, na prática, dificultaria a concretização da articulação noticiada na semana passada pelo Poder 360. O novo partido serviria de abrigo eleitoral para o presidente Jair Bolsonaro.
Em outros estados, a disputa de espaço entre os caciques locais também reforça a resistência para a união partidária.
No Amazonas, a considerar os atuais filiados às três siglas, o novo partido teria Delegado Pablo, Delegado Péricles e Diego Afonso, do PSL; Átila Lins, Belarmino Lins, Mayara Pinheiro e Álvaro Campêlo, do PP; e Pauderney Avelino e Marcos Rotta, do DEM, que também negocia o passe de Amazonino Mendes. Todos “juntos e misturados”.
Sem coligações proporcionais em 2022, os políticos ainda calculam o impacto da possível união nas eleições para a Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas.
Secretário estadual do PP, o deputado estadual Belarmino Lins acredita que a fusão não sairá do campo da especulação. Para ele, trata-se de um factoide político.
“O PSL, o DEM e o Progressistas são três grandes partidos a nível nacional. Como tal, não teríamos como compreender a localização, a posição de muitas estrelas numa única constelação. Seria difícil”, disse Belão ao ESTADO POLÍTICO.
“No meu entendimento, acreditar nessa hipótese será difícil porque têm muitas lideranças nacionais, que não haverão de abdicar os seus espaços em cada respectiva agremiação partidária. E aí, por isso, eu entendo que não sai do campo da especulação e não acredito na possibilidade dessa fusão, minha opinião, salvo melhor juízo”, acrescentou o deputado.
Belarmino diz que é preciso entender e compreender as peculiaridades regionais “muito conflitantes para poder ajustar”. “Evidentemente, uma minoria não vai impor regras a maioria, tanto dentro de um partido como do outro”, exemplifica.
Líderes dos outros partidos no Amazonas foram procurados para comentar os efeitos de uma eventual fusão, mas ainda não responderam.