MANAUS – A menos de um ano das eleições municipais, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), colocou em execução em Manaus, nesta quinta-feira (6), um programa que prevê a execução de R$ 5 milhões a cada etapa executada, cujo fio condutor e levar os serviços de 24 secretarias para bairros da periferia de Manaus, em forma de mutirão.
O programa foi batizado de “Muda Manaus”, nome que guarda grande semelhança com o dado à coligação de Arthur Neto (PSDB) nas eleições governamentais de 1986, a “Muda Amazonas”. O hoje prefeito de Manaus, naquele ano, perdeu a disputa para Amazonino Mendes (sem partido).
O primeiro bairro a receber as ações do programa é o Mutirão, localizado na zona Norte de Manaus. A área reúne, aproximadamente, 110 mil pessoas, segundo o governo. Em seu discurso, o governador lembrou o simbolismo da comunidade para ele. Disse ter sido a primeira a receber um ato da sua até então desacreditada campanha para o Governo do Amazonas, em 2018.
“Me passou um filme na cabeça, porque foi exatamente no Mutirão que nós fizemos a primeira caminhada. E aqui eu encontrei muitos rostos conhecidos de lideranças, inclusive de outros bairros, com quem tínhamos contato enquanto eu era jornalista, enquanto o Carlos (Almeida Filho, vice governador) era defensor público”, disse Wilson em seu discurso.
O ato de lançamento do programa estava cheio de lideranças comunitárias, para os quais todas as cadeiras do palco foram destinadas. Em coletiva, mais tarde, quando perguntado sobre isso, Wilson disse que o gesto foi uma demonstração de respeito aos líderes e à população, principais responsáveis por sua eleição em 2018.
“Quando assumiu o governo no dia 1º de janeiro, decidiu que nenhum órgão público ia ter foto do governador. E [que] ali, nessas instituições, vai ter as fotos dos cidadãos, para que toda vez que um secretário entre nesse órgão ele entenda que ele trabalha para aquele cidadão e não para mim. E da mesma forma eu estou fazendo aqui. […] Eu cheguei aonde cheguei por ação do cidadão, por ação dessas pessoas”, declarou Wilson.
As atividades do “Muda Manaus”, realizadas por 24 órgãos da administração estadual, são oferecidas no Centro Estadual de Convivência da Família Teonízia Lobo, informou o governo. Wilson disse que seu gabinete também estará no local até o próximo sábado (7).
Para saber mais informações sobre os serviços oferecidos pelo programa, clique aqui.
Governo x prefeitura
O “Muda Manaus” é lançado em um momento de demonstrações públicas de que a relação entre o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus não vai bem.
Na semana passada, na abertura de uma feira, em Manaus, o prefeito de Manaus, Arthur Neto, evitou cumprimentar Wilson. Em ato contínuo, ao iniciar seu discurso, o governador não citou os nomes do prefeito e da primeira-dama Elisabeth Valeiko, ao saudar as autoridades presentes.
Na noite anterior, no dia 26, foi divulgada a informação de que a Polícia Civil do Estado do Amazonas (PC-AM) indiciou dois enteados de Arthur no inquérito da morte do engenheiro Flávio Rodrigues. Um deles, Alejandro Valeiko, foi indiciado por homicídio, por omissão. Paola Valeiko foi indiciada por fraude processual.
Ao falar sobre o “Muda Manaus” em sua live semanal, no Facebook, no dia 28, o governador disse que “Manaus precisa avançar”.
“A gente tem recebido uma demanda muito grande do quanto a cidade de Manaus precisa avançar de infraestrutura, de cidadania, porque a gente vai lá também emitir carteira de trabalho, identidade, registro de nascimento, liberando crédito da Afeam, fazendo reforma dos prédios do estado, enfim, será uma série de atividades realizadas durante esses dias que o governo do estado irá instalar seu gabinete lá. E essas serão ações que irão permanecer na comunidade. O estado vai deixar lá um legado”, disse Wilson.