MANAUS – O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) divulgou, no início da tarde desta sexta-feira (18), um balanço da operação Boca Raton, deflagrada pela manhã, mas não revelou nomes dos envolvidos.
Sites locais afirmam que um dos alvos da ação é a enteada do prefeito Arthur Neto (PSDB) Paola Valeiko. Em nota, a prefeitura não negou a informação e afirmou que nenhum membro da administração está sendo investigado pelo MP-AM.
Conforme o Ministério Público, o material apreendido na operação vai reforçar as investigações do procedimento investigatório criminal, aberto em 2019, que tem o objetivo de desbaratar uma possível organização criminosa que atua em Manaus praticando crimes de lavagem de dinheiro, peculato, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva.
Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de buscas pessoais. Os alvos foram pessoas físicas e jurídicas em diversos pontos da cidade.
Os mandados, expedidos pela Central de Inquéritos, são medidas cautelares, complementares a outras diligências já realizadas no âmbito desta investigação, e que reúne relatórios de Inteligência Financeira, oriundos de órgãos de controle, como o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), além de outras provas materiais, colhidas durante a tramitação do processo investigatório pertinente.
A operação, organizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), recolheu equipamentos eletrônicos, computadores, aparelhos celulares, documentos e dinheiro em espécie, o que, de uma forma geral, é material probatório de interesse.
As diligências foram cumpridas com apoio de 55 policiais civis, 15 servidores do MP-AM, coordenados por quatro promotores de Justiça do Gaeco.
As listas de endereços e dos alvos da operação não foram divulgadas.
De acordo com o MP-AM, neste momento a eficiência das investigações necessita de sigilo temporário destas informações, assim como os nomes dos investigados.
“Não somente para não prejudicar investigação até mesmo por um imperativo legal, uma vez que todo esse material, toda essa operação, ela está sob sigilo judicial”, disse o procurador-geral de Justiça, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, chefe do MP-AM.
“Com os relatórios de investigação financeira, identificamos mais alguns alvos que mostra a necessidade de aprofundar a investigação, que segue em caráter sigiloso. Esse é o resultado do trabalho de análise do nosso laboratório de lavagem de dinheiro. O material apreendido será analisado para que sirva de elementos para possível persecução penal”, informou o procurador.