MANAUS – O MP-AM (Ministério Público Estadual) abriu um inquérito para investigar se houve alguma ilegalidade na construção de uma parada de ônibus na Ponta Negra, bairro nobre da zona Oeste de Manaus. Construída pela Prefeitura de Manaus, a estação custou R$ 207 mil.
A portaria de instauração da investigação foi publicada na edição do Diário Oficial do MP-AM do dia 5. “As obras de construção de uma parada de ônibus, localizada no Parque Cultural de Esporte e Lazer Ponta Negra, pela Prefeitura Municipal de Manaus (PMM), se tornou alvo de Inquérito Civil, a fim de apurar seu suposto superfaturamento”, informa o órgão em seu site.
O procedimento foi instaurado pela 70ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa e Proteção do Patrimônio Público (70ª Prodeppp), que tem como titular o promotor de Justiça Edgard Maia de Albuquerque Rocha.
Na publicação do Diário Oficial, o MP-AM pede cópias, em mídia digital, do processo administrativo de pagamento referente ao Termo de Contrato nº 009/2019, celebrado com a WM Construções e Serviços de Manutenção Eireli-ME e do Termo de Recebimento Definitivo da obra objeto do mesmo contrato.
A obra foi inaugurada em agosto do ano passado e teve seu custo anunciado em torno de R$ 207 mil, segundo informações da Prefeitura de Manaus.
Diante da polêmica sobre o preço da parada, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), convocou uma coletiva para explicar o preço da construção.
Na ocasião, ele disse que a construção nem poderia ser chamada de “parada”, mas sim de “estação de embarque e desembarque de passageiros”.
“Uma pessoa precisa ser muito maldosa para comparar isso aqui com uma parada de ônibus. É desrespeitoso. Isso aqui, na verdade, é uma estação de embarque e desembarque de passageiros. Aqui temos aço escovado, aqui temos porcelanato, tem uma iluminação que abre e fecha de acordo com o parque, olha a qualidade dos bancos, ou seja, aqui tem quase 100 metros quadrados. Não é uma parada comum, uma parada trivial, que fica ali em cada esquina, é uma parada diferente”, disse Arthur.
Apesar da rejeição de Arthur à expressão “parada de ônibus” na obra da orla da Ponta Negra, o Termo do Contrato entre o Implurb e a empresa WM Construções e Serviços de Manutenção Eireli, publicado na edição do dia 27 de maio de 2019 do Diário Oficial do Município (DOM), classifica a obra como “parada de ônibus”.
Brincadeira isso, maior prova que eles acham ainda que podem nos fazer de otários.